O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, afirmou nesta segunda-feira (29.09) que a precariedade no fornecimento de energia elétrica é um dos principais fatores que impedem a industrialização de Mato Grosso e, consequentemente, a geração de empregos.
Segundo ele, a concessionária Energisa descumpriu obrigações previstas na concessão firmada há 30 anos e não realizou os investimentos necessários para atender a demanda do estado.
“Eu tenho dito que a responsabilidade da desindustrialização do estado de Mato Grosso é o péssimo fornecimento de energia elétrica. Fizemos um estudo amplo em 112 municípios e o resultado é péssimo”, declarou Sérgio Ricardo durante evento no TCE.
O conselheiro destacou que a ausência de rede trifásica em grande parte dos municípios inviabiliza a instalação de indústrias. “Sem a rede trifásica você não consegue instalar uma empresa. A energia em Cuiabá já é ruim, no Distrito Industrial é ruim, e no interior é muito pior”, criticou.
Ao ligar a questão da energia ao cenário social, Sérgio Ricardo fez um alerta sobre o aumento da miséria em Mato Grosso. “Quando eu digo que a pobreza está se transformando em miséria, é a mais pura verdade. Nós não temos emprego para todo mundo. E sem energia de qualidade, sem industrialização, a situação vai ficar cada vez pior”, disse.
Para o presidente do TCE, a solução passa pela cobrança de responsabilidade da concessionária e por uma política de industrialização mais agressiva.
“A Energisa tem que mudar seu comportamento e investir em Mato Grosso aquilo que não investiu nesses 30 anos. Não importa se a empresa foi trocada ao longo do tempo: o contrato de concessão existe e precisa ser cumprido”, afirmou.
Debate com empresários
Sérgio Ricardo anunciou que o Tribunal de Contas pretende reunir empresários, representantes de federações e gestores públicos em seminários sobre o tema.
“Nós vamos começar a nos reunir com os presidentes da Federação das Indústrias e outros setores. Mato Grosso precisa criar oportunidades, qualificar sua população e industrializar. Não dá mais para adiar esse debate”, concluiu.
Outro Lado
O 
procurou a Energisa, que se comprometeu a enviar um posicionamento sobre as declarações do conselheiro Sérgio Ricardo. Até o fechamento desta matéria, porém, nenhuma resposta havia sido recebida. O espaço segue aberto para eventual manifestação da concessionária.
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