“As interceptações realizadas de juízes fiz, repito, a requerimento e com a participação do Ministério Público. É o que eu tenho a dizer”, declarou o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, quanto às acusações veiculadas na imprensa, sobre grampos ilegais de magistrados, por sua determinação, à época em que estava a frente da Corregedoria do Poder Judiciário. Porém, afiançou que jamais interceptou ligações de desembargadores.
No caso, a investigação tratava do esquema, onde 10 magistrados foram acusados de desviar R$ 1,5 milhão do Tribunal para cobrir os prejuízos com a quebra da potência maçônica Grande Oriente, criada por maçons, de 2003 a 2005. Os 10 magistrados foram aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Magistratura (CNJ).
Perri afirmou que os fatos denunciados jamais aconteceram e que as provas são documentais, e as interceptações feitas durante sua gestão na Corregedoria, foram “estritamente legais” e com requerimento e participação do Ministério Público. Ele disse que querem tirar as investigações que classificou de “grampolândia pantaneira” a “fórceps” de suas mãos.
Ele disse que não se intimidará com ameaças explícitas ou veladas e não irá abrir mão da relatoria, a não ser que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entender e avocar para a Corte Superior o processo.
“Não me acovardarei de qualquer ameaça, velada ou explícita, não irei me afastar da condução do processo, provarei em todas as instâncias e inverdades que foram massacradas e rodadas levianamente e esparramadas com o propósito de pelo menos denegrir a imagem deste relator, que está conduzindo estas investigações. Não furtarei ao meu dever e continuarei à frente deste processo, pelo menos até o Superior Tribunal de Justiça se assim entender, avoque os processos. Mas hoje não há situação nenhuma que me faça levar este procedimento, que está sob a minha relatoria, ao Superior Tribunal de Justiça. E querem, a fórceps, tirar das minhas mãos estas investigações”.
Entenda o caso - A denúncia sobre os grampos ilegais em Mato Grosso foi oficializada à Procuradoria Geral da República (PRG) pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, em janeiro deste ano. O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos, encaminhou todos os levantamentos das interceptações telefônicas clandestinas para o desembargador Orlando Perri e ele é o relator do processo.
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