O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, responsabilizou os gestores municipais pelo remanejamento de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de outras enfermidades para serem utilizados como leitos de Covid-19.
Gilberto explicou que por se tratar de uma doença infecto-contagiosa, os leitos de Covid devem ser utilizados somente para o paciente dessa enfermidade.
“Esses leitos não se misturam porque o Covid-19 se trata de uma doença infecto-contagiosa. Os pacientes tem que estar em um leito de isolamento ou que esteja num conjunto de leitos de UTI só para Covid. Então não dá para misturar os pacientes num mesmo ambiente”, enfatizou secretário, na coletiva virtual desta segunda-feira (11.05).
A declaração foi feita após o secretário ser questionado sobre o paciente de Juara (506 km de Cuiabá), Alencar Fantin, que morreu sem conseguir a tempo um leito de UTI, mesmo com a divulgação de 91 leitos disponíveis para Covid-19. Leia mais - Com 91 leitos para pacientes de Covid-19, morador de Juara morre sem UTI em MT
Gilberto pontuou ainda que a dificuldade dos municípios do interior sempre existiu no Estado de Mato Grosso e que haveria a dificuldade em atender o paciente mesmo que fosse de covid. Segundo ele, o Governo estadual busca aumentar novos leitos, mas infelizmente alguns municípios fazem o remanejamento.
“Infelizmente tem alguns leitos que atendiam outras enfermidades que acabam sendo transferidos para Covid, isso não é uma vontade do Governo do Estado, são decisões do município, que tem gestão plena na saúde e cabe a eles explicar porque da redução de leitos para outras enfermidades”, enfatizou.
No entanto, Gilberto disse que embora a quantidade de leitos direcionados ao covid não sejam utilizados, a tendência é utilizar. E alertou a necessidade de preparar uma logística do transporte dos pacientes do interior. “Não deve esperar o agravamento do paciente, porque poderá ser tarde. Hoje o Estado tem a capacidade de logística principiante de transporte aéreo para trazer paciente de interior para os hospitais de referência seja na Capital, seja do interior.”
Gilberto que prometeu informar o número de leitos da rede SUS e privada para as outras enfermidades, também alertou aos órgãos de controle que façam a fiscalização do plano de contingência para covid, se referindo aos municípios que fizeram remanejamento de leitos de UTIs.
“O Governo do Estado não desativou nenhum leito que até então era leito de UTI contratado para outras enfermidades, ao contrário, criamos 110 leitos novos. Isso não é o que aconteceu com todos ofertantes. Então se alguém nesse momento desativou um leito que era destinado a outras enfermidades para incrementar leitos de covid, isso não é bom, porque acaba faltando leito para outras enfermidades. Eu não posso intervir nisso, mas os organismos de controle podem”, enfatizou.
Figueiredo também disse não ser recomendável que todos os municípios tenham leitos para covid pela facilidade do contágio: “Não é inteligente todos os hospitais terem leito de covid dentro, porque o risco de infecção de outros profissionais e das áreas do hospital também compromete muito, para se instalar tem que rachar o hospital no meio, tem que criar equipes independentes, isso não é algo fácil para se fazer, principalmente em hospitais de pequeno porte”, alertou.
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