Os vereadores de Cuiabá, membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (a CPI do Paletó) - instaurada para investigar suposta propina e obstrução da Justiça por parte do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), época em que ele era deputado estadual -, aprovaram nesta sexta-feira (09.03), em sessão, o final das oitivas para investigação dos fatos.
O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Justino Malheiros (PV), apresentou requerimento solicitando, “se a comissão entender por satisfeita”, o final da fase de oitivas e consequentemente das investigações por parte da CPI, e que se encaminhe para elaboração do relatório final da Comissão.
O pedido foi aprovado por dois votos a um. Votaram favorável ao encerramento das investigações o vereador Adevair Cabral (PSDB) – relator da CPI -, Mário Nadaf (PV) – membro da CPI. O presidente da Comissão, vereador Marcelo Bussiki (PSB), foi o único que votou contrário ao encerramento da fase de investigação.
Adevair Cabral argumentou que ele acredita existir elementos suficientes para elaborar um “bom” relatório dos fatos investigados pela CPI do Paletó. “Eu irei analisar ponto a ponto dos fatos e fazer um relatório isento e transparente de tudo que foi investigado e apurado pela CPI”, disse o parlamentar.
No entanto, Marcelo Bussiki, afirmou que seria necessário depoimentos de novas testemunhas como do ex-deputado José Riva (para falar sobre o recebimento de mensalinho), do deputado estadual Adalto de Freitas, o “Daltinho” (Solidariedade) – que segundo o ex-governador Silval Barbosa, teria gravado uma reunião entre os deputados e Silval para tratar do recebimento de propina relacionada as obras do MT Integrado.
“Esses depoimentos são importantes para esclarecer muita coisa. O encerramento agora irá prejudicar o esclarecimento dos fatos”, defendeu o parlamentar.
Na sessão da CPI, o presidente da Comissão também requereu o depoimento do prefeito Emanuel Pinheiro. “A vinda dele na CPI é boa para ele. Ele poderá esclarecer tudo, já que é maior beneficiário para o esclarecimento da verdade. O não depoimento do prefeito acredito ser prejudicial até mesmo para ele”, apontou Bussiki.
A Comissão ainda negou o pedido de acareação entre o ex-secretário Allan Zanatta e o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio César Correa Araújo; pedido de oitiva de uma pessoa identificada apenas como Cleverson, - o Coxinha. Ele seria a pessoa que agendou um encontro entre Sílvio e Alan Zanatta (o encontro foi gravado por Zanatta).
Além disso, foi negado a quebra do sigilo telefônico do servidor da Assembleia Legislativa, Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por enquadrar a filmadora usada para gravar o prefeito Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro e os colocando no paletó.
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