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Artigos Quarta-feira, 18 de Março de 2020, 19:11 - A | A

Quarta-feira, 18 de Março de 2020, 19h:11 - A | A

João Edisom*

Medo

por João Edisom*

Em tempos de globalização da informação, economia dinâmica e pandemias causadas por vírus letais, a palavra mais recorrente é medo. Precisamos entender quando o medo é educativo e quando o medo faz o ser humano exercitar a sua pior parte, o egoísmo e o individualismo.

Este coronavírus, o COVID-19, dá para nós da geração pós segunda Grande Guerra a primeira sensação de insignificância diante das intempéries da natureza ou dos movimentos de poder exercidos pelos “outros” humanos aqui no planeta terra. E diante de tudo vem o medo.

O medo é um sentimento comum a todo ser humano e que permite nos protegermos de possíveis perigos do cotidiano. Mas é importante tomar cuidado para ele não nos paralisar. Por outro lado, parte da humanidade diante do medo se torna insensível e destrutível em relação aos outros. Em casos de evacuação de locais apertados é comum o pisoteamento, só para ficar em um exemplo.

Tudo isso ocorre porque medo é um estado emocional que surge em resposta a consciência perante uma situação de eventual perigo. A ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a segurança ou a vida de alguém, faz com que o cérebro ative, involuntariamente, uma série de compostos químicos que provocam reações que caracterizam o medo.

São muitas as funções do medo. Em certo sentido, o potencial de sentir medo existe porque cumpre uma função também evolutiva. Em sua vertente “inteligente”, o medo nos afasta e nos protege do perigo, seja de um perigo presente ou antecipado.

Podemos entender o medo como sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto. Medo é pessoal, o que assusta um pode ser indiferente para o outro. Mas o pânico macro, em escala assim como estamos vendo, causa reações coletivas impressionantes que afetam diretamente o indivíduo. O sujeito vai do empoderamento a insignificância em segundos. Isso nos iguala e faz com que acreditemos mais na coletividade que na individualidade.

Resta saber o que será da humanidade no pós crise COVID-19. Temos a obrigação de sair ao mínimo mais solidários com os problemas dos outros e mais comprometidos com as soluções também. Quem sabe trocaremos os velhos slogans prepotentes e ameaçadores tais como: “mexeu com um mexeu com todos” para “problema de um é problema de todos, vamos solucionar juntos”.

Desde o “pós direitos humanos”, que tem sua importância, exerceu e exerce papel fundamental na reorganização social, mas que também fez a humanidade entrar para uma estrada de fracionamento indiscriminado da espécie ao ponto de humano não reconhecer humano, pois já não basta ser gente, tem que ter rótulo, será que não é hora de irmos para o “ajuntamento”. O medo da morte, de alguma forma, nos iguala. Disso temos medos comuns e o medo pode ser educativo!

Depois desta tosse, em que mundo queremos viver? Qual a minha importância para os outros e quanto os demais são importantes para mim? Orgulho, avareza, prepotência, valentia, egoísmo, superioridade não compram nem vida, nem amor, muito menos bem viver. Uma hora o corona adormece, a vida não! A vida segue, de que forma?

 *João Edisom é sociólogo e articulista político

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