Há na introdução de um livro de Paulo Matus, um texto que diz: “Governar é combinar ideologia e ciência e há nesse processo duas incongruências: Excluir a razão e incluir só a razão e ratifica – A Ciência sem ideologia e ideologia sem ciência são barbáries nocivas ao ato de governar e isso resultam em desiquilíbrio para a democracia e na governabilidade”.
Acompanhando os noticiários da imprensa nacional, vi uma afirmação de que Governo é placar e oposição é plateia. Nesses meus tempos sexagenários nunca tinha visto a frase de Paulo Matus tão ativa como nos dias atuais. Os novos congressistas brasileiros, na busca de satisfazer plateias, estão fazendo o jogo da oposição e agindo como oposição fosse, e estão sendo engolidos pelas artimanhas milenares da “parla” como matéria prima do poder legislativo. Todos continuam na campanha eleitoral, enquanto o governo patina na governança. A arte de governar ainda não foi revelada nem no congresso nem no executivo. Mesmo os mais racionais e conhecedores dessa arte, em função de tal distorção da situação, estão cuidando em arrumar os estragos feitos pelos governistas.
A guerra da pedra lascada está em pleno vigor. A oposição, em seu papel sistemático, nem precisa se esforçar para alcançar seus objetos. Cutucam e os governistas entram em cena. São atos políticos que jamais pensara existir atualmente, e muito menos no Congresso Nacional. Estou concluindo os porquês de tantos desencontros nesse Brasil. O tosco está institucionalizado como modelo de governar e a excelência foi sufocada pela brega que agora é chique.
Também concluo de que a frase de Paulo Matus pode ser melhorada para: “A Ciência sem ideologia sobreviverá com dificuldades, enquanto a ideologia sem ciência é uma barbárie com final programado ao suicídio e isso resultará em desastre à democracia e à governabilidade”. Isso é o que vejo neste cenário brasileiro.
Também, parafraseando o Articulador André Luiz Barriento, “O Fla Flu sociológico surreal está presente, desde gabinetes a grupos da família no Whatsapp, corroendo a sensatez e tornando-se um perigoso instrumento nas mãos de pessoas dissimuladas”. Agrego a este mais essa recomendação: que tal não se restringe à população, repete-se nos congressistas da nova política, e nesses, com poder de multiplicação e efeitos maléficos, os quais somente a ciência política explica. A ideologia sem ciência, nesse caso, pode ser muito prejudicial.
Cabe às lideranças conscientes nos mais diversos níveis alertar e massificar, didaticamente, com comunicação eficaz e inteligível, multiplicar a necessidade de UNIR IDEOLOGIA E CIÊNCIA, fazendo os compreender, em seu papel de governista, que placar define as decisões de governar, a oposição fala para a plateia. Estamos torcendo pelo bom senso e com olhar crítico próprio da ciência. DEUS NO COMANDO.
*José Marques Braga é funcionário público
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