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Artigos Sábado, 17 de Junho de 2023, 21:09 - A | A

Sábado, 17 de Junho de 2023, 21h:09 - A | A

Edina Araújo*

Descaracterização: Inserção do funk em festa junina de escola

por Edina Araújo*

As festas juninas sempre foram um momento para celebrar as raízes culturais do país, honrando a tradição rural e relembrando nossas origens. A música, nesse contexto, desempenha um papel fundamental ao evocar sentimentos de nostalgia e criar uma atmosfera típica dessa festividade. No entanto, a substituição das músicas tradicionais por ritmos do funk tem causado uma perda significativa da identidade cultural dessas festas.

Ao optar pelo funk em detrimento das canções folclóricas, estamos negligenciando a riqueza histórica e o legado cultural que as festas juninas representam. As melodias e letras tradicionais, como "Pula a Fogueira" e "Olha pro Céu", trazem consigo um patrimônio imaterial que deveria ser preservado e transmitido às novas gerações. 

Um dos lugares em que essa descaracterização tem sido mais notável é nas escolas, onde as festas juninas costumam ser realizadas com a participação ativa das crianças. Essa inserção de músicas de funk, com letras e ritmos muitas vezes inadequados para o público infantil, pode ter efeitos negativos em seu desenvolvimento cultural e social.

É importante lembrar que as festas juninas nas escolas têm um propósito pedagógico, além de proporcionar diversão. Elas servem como oportunidade para ensinar sobre a história e a cultura do Brasil, promovendo o respeito e a valorização das nossas tradições. A inclusão de músicas de funk, com letras que frequentemente abordam temas adultos e com teor explícito, compromete esse objetivo educacional. Infelizmente, os educadores não têm demonstrado preocupação neste sentido.

Além disso, ao substituir as músicas tradicionais, estamos privando as crianças do contato com um repertório cultural diversificado, restringindo sua compreensão sobre a multiplicidade de expressões artísticas e musicais existentes em nosso país. Isso limita sua capacidade de apreciar e valorizar a riqueza da nossa cultura popular.

Diante dessa descaracterização das festas juninas, é fundamental refletirmos sobre a importância de preservar nossas tradições e valorizar a diversidade cultural. Não se trata de rejeitar novas manifestações artísticas, como o funk, mas sim de promover uma convivência harmoniosa entre diferentes expressões musicais, respeitando o contexto e o propósito de cada festividade.

É necessário encontrar um equilíbrio entre a inovação e a preservação da tradição. Podemos explorar maneiras de incluir elementos contemporâneos sem descaracterizar completamente as festas juninas, como a criação de espaços para apresentações de diferentes gêneros musicais em eventos paralelos, mantendo a essência e o repertório tradicional nas festividades principais.

*Edina Araújo, é jornalista é diretora do VGNOTICIAS

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