Citada em esquema de corrupção na delação do ex-governador Silval Barbosa e denunciada por receber e não executar obras em Mato Grosso, a empresa Terraplenagem Centro Oeste Ltda – Construtora TCO, venceu processo licitatório da Prefeitura de Várzea Grande na ordem de R$ 17,1 milhões para executar obras de pavimentação em quatro bairros do município.
Conforme contrato da Prefeitura de Várzea Grande, a empresa venceu os dois lotes da licitação, sendo que o primeiro, na ordem de R$ 12.707.787,03 milhões para executar a pavimentação asfáltica dos bairros Nova Fronteira (7 km) e Portal da Amazônia (5 km). Já o segundo lote, no valor de R$ 4.408.055,99 milhões, a empresa irá pavimentar as ruas e avenidas dos bairros Princesa do Sol e Maringá um total de 3,8 km.
A previsão é que a empresa execute as obras nos bairros Nova Fronteira e Portal da Amazônia no prazo máximo de 360 dias, e Princesa do Sol e Maringá em 240 dias - ambos a contar a partir da ordem de serviço.
Denúncias - Recentemente a empresa Construtora TCO teve um contrato rescindido no valor de R$ 10.912.228,48 milhões, junto ao Governo do Estado por não executar obra. A empresa foi contratada em 2014 (contrato 407/2014), gestão do então governador Silval Barbosa para execução dos serviços de conservação, restauração e melhoramento do meio ambiente da MT-343, no trecho entre o distrito de Assari, passando pelo município de Denise (a 208 km de Cuiabá), chegando até Arenápolis (a 237,9 km da Capital), um total de 58,14 quilômetros.
Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra/MT) em cinco anos, a empresa executou apenas 22% dos serviços que foi contratado.
No processo de rescisão, a justificativa para o rompimento do contrato foi o não cumprimento do cronograma físico-financeiro da obra, com a última medição registrada em dezembro de 2018. “Foram emitidas mais de 10 notificações à empresa TCO referentes a inconformidades na obra e atrasos na execução, porém sem mobilização da empresa”, relata o processo, que conta inclusive com abaixo-assinado de moradores da região reivindicando o término da obra.
Além disso, a construtora é “alvo” de investigação da Controladoria-Geral do Estado (CGE) por suspeita de pagar propina na gestão de Silval Barbosa, conforme confessado pelo ex-gestor em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
A empresa era uma das responsáveis por executar obras do programa MT Integrado e existe suspeita de pagamento de propina por parte de empreiteiras nestas obras do programa. Na delação, Silval revelou que era por meio dessa propina que pagava um “mensalinho” – de R$ 50 mil – para os deputados estaduais aprovarem seus projetos.