Alison dos Santos Rodrigues, de 18 anos, teve sua matrícula na Universidade de São Paulo (USP) cancelada após a instituição rejeitar sua autodeclaração racial como pardo. A família anunciou a intenção de processar a instituição de ensino, alegando falta de análise presencial sobre a autodeclaração do jovem.
Em entrevista ao O Globo, o jovem contou que é o primeiro da família a ingressar em uma universidade pública e a cursar medicina. Ele explicou que competiu pela vaga na universidade por meio do sistema de cotas, usado para estudantes de escola pública, autodeclarados PPIs (pretos, pardos e indígenas). Ele argumentou a ausência de uma análise presencial, enquanto a USP defende uma análise virtual em quatro etapas.
A notícia da aprovação agitou o município de Cerqueira César, interior de São Paulo, onde Alison concluiu o ensino médio e se destacou por ser o primeiro do colégio a ingressar na USP para Medicina. No entanto, a euforia se transformou em desânimo após o cancelamento da matrícula, gerando comoção na comunidade.
A tia do jovem, Laise Mendes, compartilhou que a família, predominantemente miscigenada, ficou surpresa com a rejeição da autodeclaração. Apesar de ter a mãe negra e o pai branco, Rodrigues sempre se viu como pardo. A família criticou a análise virtual, alegando falta de perguntas ou questionamentos na entrevista de apenas um minuto, realizada após duas horas de espera.
Em nota, a USP explicou que defende a análise virtual como padrão para candidatos do Enem e do Provão Paulista, visando garantir oportunidades a candidatos de locais distantes. A instituição afirmou que a análise é estritamente fenotípica, sem questionamentos sobre a vida dos candidatos, priorizando características como cor da pele, cabelos e forma da boca e do nariz.
Leia também - Cantora Maiara oficializa reconciliação com sertanejo Matheus Gabriel
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).