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Variedades Terça-feira, 01 de Dezembro de 2015, 09:54 - A | A

Terça-feira, 01 de Dezembro de 2015, 09h:54 - A | A

PROGRAMAÇÃO

João Ormond traz sua musicalidade para o espetáculo Pantanal Sinfônico

João Ormond é considerado pela crítica como um dos novos expoentes da música regional brasileira

Assessoria

Na varanda de sua casa em São Paulo, a rede cuiabana é um convite às suas memórias. Nela, o  violeiro mato-grossense, compositor, pesquisador e historiador João Ormond se apropria das lembranças para revisitar o Pantanal,  o distrito de Mimoso, os amigos de Poconé, viajar pelos rios.

Ali, nascem inspirações, poesias musicais. João migrou para a cidade paulista há 16 anos para se dedicar a sua carreira artística, porém conserva sua essência pantaneira. É ela que conduz seu trabalho de divulgar o Pantanal pelo país afora.

Nos dias 9 e 10 de dezembro,  João Ormond traz sua musicalidade para o espetáculo Pantanal Sinfônico, no Teatro Universitário, se unindo a Orquestra Sinfônica da UFMT, ao Coral Universitário, sob a regência do maestro Fabricio Carvalho, e aos convidados especiais Paulo Simões, autor de clássicos, como Comitiva Esperança e Sonhos Guaranis com Almir Sater e a legendária Trem do Pantanal, com

Geraldo Roca; e Habel dy Anjos, pesquisador e divulgador  da viola-de-cocho. Vale destacar que os ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro e no quiosque do Shopping 3 Américas. 

Para João Ormond, o espetáculo é a materialização de um sonho, a possibilidade de dar mais amplitude para a poética pantaneira, envolvendo músicos e coralistas, numa concepção grandiosa. “Eu sempre brinco, quem não tem um parente no interior?”, indaga Ormond. Ele defende que todos nós temos um pé no interior, e que apesar da tecnologia, é a memória emotiva, a afetividade da simplicidade que nos traz a paz.  

O repertório do show foi crochetado por todos: Fabricio, Ormond, Simões e Habel. Cada um contribuindo com sua vivência musical. A ideia, completa maestro Fabricio, é apresentar canções conhecidas, trazer a plateia para cantar. “Concerto com vários estilos, passeando pela bacia pantaneira, com polcas, chamamés, sertanejas”, destaca Ormond. Impossível não acompanhar Trem do Pantanal, Comitiva Esperança.

As violas uniram os músicos João Ormond e Paulo Simões em parcerias de sucesso. Ao gravar um especial sobre Mato Grosso  para a TV Cultura em 1998, lembra João, se conheceram e dali em diante muitos projetos borbulharam. “Já tocava músicas de Paulo nas noites cuiabanas e ao gravar com ele um especial sobre o velho  Mato Grosso, antes da divisão, as afinidades afloraram, pois apesar da divisão do Estado, a cultura não se divide, temos as mesmas raízes”, contou João. E veio a primeira composição juntos: Princesa Guarani, e proseando, compondo fizeram muitos shows em que cada um figurava como convidado e assim nascera “Pantanais – Mostra Itinerante da Cultura Pantaneira”, selecionado pela Natura Musical – 2012/2013 que circulou em várias cidades brasileiras, do qual foi curador e participante.

João conta que ao desenvolver com o Simões o projeto Pantanais, em que levavam música, artesanato, culinária, vídeos da cultura pantaneira pelo Brasil, veio a ideia de agregar o pesquisador Habel dy Anjos com sua viola-de-cocho.. “Foi muito bacana, percorremos vários estados e em 2016 vamos levar Pantanais para a Pré-Olimpíada do Rio de Janeiro”, pontuou.

João Ormond é considerado pela crítica como um dos novos expoentes da música regional brasileira. O antropólogo e poeta mato-grossense Gilton Mendes, disse que “a obra de João Ormond, é uma das mais expressivas revelações da paisagem poético-musical do Mato Grosso-Brasil, revelando uma hibridação de sons e composições que sintetizam o que há de mais fino na chamada música popular brasileira (MPB), arranjada no choro lírico da viola de pinho – não deixando esquecer, assim, aquilo que bem registrou o sociólogo e crítico literário Antonio Cândido: que o lençol caipira brasileiro partiu de São Paulo e se estendeu até as terras mato-grossenses”.

A discografia de João Ormond tem como ponto de partida o CD “Rio Abaixo”, lançado em 1997. Seu segundo disco “Capins e Riachos” desembocou no fluxo dessa hidrografia musical em “Reduto de Violeiro”, seu terceiro CD, vindo à luz no ano de 2001. Este trabalho foi indicado ao prêmio “CARAS” de Música - 2001 na categoria melhor CD Regional, teve a música “Lá no Sertão”, gravada por Leci Brandão, e marca, definitivamente, sua intimidade com a viola caipira e um estilo que aparece em traços mais e mais expressivos.

Já em 2004, lança o CD “Viola Encantada”, um sólido cadinho onde se misturam e condensam iguarias da musicalidade e da poética característica da cultura brasileira, além de contar com a participação especial de “Pena Branca”.

O CD “Muito Longe Rio Acima” – 2008 marca a riqueza da música raiz pantaneira,  reafirmando a sintonia poético-musical entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, retratada na parceria com o grande compositor Paulo Simões.  Em 2009, lançou o 6º CD “Pantanais” – Instrumental uma coletânea do mais refinado som de chamamé e guarânia. Em 2012, produziu o 7º CD de carreira “Quariterê”, uma homenagem à rainha negra do Pantanal – Tereza de Benguela.

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