Neste 18 de junho, o Brasil celebra os 117 anos da chegada do navio Kasato Maru ao Porto de Santos, marco da imigração japonesa no país. Mais do que tradições culinárias e valores culturais, a presença nipônica se faz sentir até hoje nas passarelas, penteadeiras e guarda-roupas de brasileiros — e do mundo.
A estética japonesa, marcada pelo minimalismo e funcionalidade, moldou não apenas visuais contemporâneos como o quiet luxury e o normcore, mas também influenciou peças icônicas da moda ocidental. O quimono, por exemplo, inspirou desde o wrap dress de Diane von Fürstenberg até criações de grifes como Dior e Givenchy. Já o formato da hakama deu origem à pantalona moderna, e o judô influenciou cortes de blazers e alfaiataria fluida.
Na beleza, o Japão segue na vanguarda com a chamada j-beauty: uma rotina de skincare enxuta, com foco na limpeza e uso de ingredientes naturais como arroz e chá verde — contraponto à extensa e colorida k-beauty coreana.
A influência também aparece em acessórios: das bolsas gamaguchi com fecho metálico ao furoshiki, técnica de dobrar tecidos como embrulho, até os tradicionais kanzashi, enfeites de cabelo com forte carga simbólica e estética delicada.
No Brasil, estilistas como Jum Nakao e Fernanda Yamamoto mantêm viva essa herança, mesclando inovação e ancestralidade — como no histórico desfile de 2004 com vestidos de papel, que emocionou o SPFW.
Do guarda-roupa ao nécessaire, a moda e beleza agradecem a delicadeza e sofisticação da cultura japonesa.