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Segundo Soler, não sabia que o equipamento seria usado para gravar declarações do desembargador do Tribunal de Justiça
A pedido do coronel Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar do Estado, o sargento da Polícia Militar, João Ricardo Soler, afirmou ter instalado câmera na farda do tenente-coronel José Henrique Soares. O sargento confessou o crime durante depoimento à Polícia Civil, nesta quinta-feira (05.10).
Segundo Soler, não sabia que o equipamento seria usado para gravar declarações do desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, responsável pelas investigações sobre os grampos ilegais.
A defesa de Soler, disse ao oticias, que seu cliente ratificou todo depoimento da semana à delegada Ana Cristina Feldner -; e se colocou à disposição, na esfera que ele tem conhecimento para ajudar a esclarecer, tanto ela, quanto ao desembargador Orlando Perri. “Ele está aguardando o relatório da delegada para depois adotar a postura que achar melhor”, disse o advogado Reinaldo Josetti.
De acordo com o advogado, Soler instalou e instruiu o coronel como usava o equipamento. “Ele executou o serviço. Ele é claro no depoimento, que foi ele que instalou o equipamento e devolveu a farda para o coronel. Como ele tem muita experiência em inteligência, ele fez o serviço pensando que era uma coisa legal”, justificou.
Ele ainda revelou, que seu cliente foi vítima, pois existem em Mato Grosso apenas dois militares com especialidade em captação em audiovisual, por isso ele foi chamado. Josetti acredita que Soler irá esclarecer todos os fatos e ficará provado sua inocência.
Soler foi interrogado pelos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta, no Complexo Miranda Reis de Juizados Civil e da Fazenda Pública.
Operação Esdras - A Operação Esdras desbaratou o grupo acusado de montar uma estratégia para atrapalhar as investigações relacionadas aos grampos ilegais e obter a suspeição do desembargador. A operação só foi possível graças à denúncia do tenente-coronel José Henrique Soares, escrivão do inquérito policial militar sobre o caso dos grampos, que havia sido cooptado pelo grupo, mas se arrependeu.
Ele entregou à Polícia Civil uma farda, em cujo bolso estava acoplada a câmera que seria usada para filmar o desembargador.
O nome da operação é uma referência ao personagem Esdras ("Aquele que ajuda, Ajudador, Auxiliador"), da tradição judaico-cristã.
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