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Polícia Sábado, 10 de Maio de 2025, 11:05 - A | A

Sábado, 10 de Maio de 2025, 11h:05 - A | A

Descontrolado

Procurador da AL é preso após manter adolescente em cárcere privado em Cuiabá

Vítima de 16 anos havia sido contratada para um programa sexual

Nicolle Ribeiro/VGN

O procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Benedito César Corrêa de Carvalho, 54 anos, foi preso na madrugada deste sábado (10.05) por manter a adolescente, H.F.O.A, 16 anos em cárcere privado, no condomínio residencial Moinho dos Ventos, localizado no bairro Araés, em Cuiabá. 

Conforme informações do boletim de ocorrência, a polícia foi acionada após testemunhas — moradores do condomínio — relatarem que uma pessoa estava pedindo socorro em um dos apartamentos.

Ao chegarem ao local, os militares tentaram contato com Benedito, mas não obtiveram resposta. Pouco depois, ouviram novos gritos de socorro e arrombaram a porta do apartamento.

REINCIDENTE

Em agosto de 2023, o procurador O procurador da ALMT, Benedito Cesar Correa de Carvalho, foi preso por manter em cárcere privado uma garota de programa de 19 anos, no mesmo endereço: Residencial Moinho dos Ventos, bairro Araés, em Cuiabá.

Em 2017, ele foi preso também por ameaçar garota de programa, que conseguiu se trancar na cozinha e chamar a polícia após ser ameaçada com uma faca.

Na ocasião, a Procuradoria-Geral da Assembleia informou que o procurador seria exonerado, condenando publicamente qualquer ato de violência contra a mulher. A instituição também prometeu prestar apoio à vítima e anunciou a abertura de um processo administrativo disciplinar para apurar o caso. No entanto, o episódio revela um padrão de conduta alarmante: esta é a terceira vez que o procurador é acusado de ameaçar garotas de programa e mantê-las em cárcere privado — o que levanta sérias questões sobre a omissão institucional e a demora em adotar medidas mais enérgicas diante das reincidências.

Leia matéria relacionada - Procurador da ALMT mantém garota de programa em cárcere privado, ameaça polícia e acaba preso

Dentro da residência, os policiais constataram que a vítima estava trancada em outro cômodo, cuja porta também precisou ser arrombada. Ela estava escondida em um banheiro, tentando se proteger do suspeito.

No quarto, foram encontrados um prato com resquícios de substância análoga à cocaína e um invólucro contendo a mesma substância.

A vítima afirmou que foi contratada por Benedito para a realização de um programa sexual e que estava no local desde as 22h de sexta-feira (09.05). Em determinado momento, após consumir a substância, o suspeito se exaltou e passou a ameaçá-la com um revólver.

DEPOIMENTO DA ADOLESCENTE

Segundo o depoimento, a adolescente disse que faz programa esporádico e foi chamada pelo procurador por meio de WhatsApp e, após aceitar a proposta para "fumar e fazer programa", teve a corrida de Uber paga por ele até o condomínio onde mora.

“Ele me recebeu bem de boa. Assim que entrei, perguntou se eu estava com fome e me deu um sanduíche que a mãe dele tinha feito”, contou. Ainda de acordo com a vítima, o homem foi até o banheiro e usou cocaína, convidando-a para fazer o mesmo. “Eu disse que não cheiro pó.”

A situação saiu do controle quando os dois foram para o quarto. “Ele começou a gritar como se estivesse vendo alguém. Correu até o armário, pegou uma arma e começou a gritar que ia me matar. Eu perguntei o que estava acontecendo e ele veio pra cima de mim.”

A menor conseguiu correr até o banheiro e se trancar, enquanto o Benedito gritava do lado de fora. “Começou a xingar, a mandar eu sair. Eu gritava socorro. O síndico chegou, mas ficou com medo de ele atirar e chamou a polícia.”

Ela ficou trancada até a chegada dos policiais. “Ele falava que, se eu abrisse a porta, ele ia me matar. Foi a primeira vez que eu encontrei com ele”, finalizou.

Outro lado -  A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT), por meio de sua Procuradoria Geral, manifesta total repúdio ao ato de violência praticado contra uma mulher pelo servidor Benedito César Corrêa de Carvalho, ocorrido neste sábado (10.05).

"Os fatos, embora pertencentes à esfera privada do servidor, são gravíssimos e devem ser penalizados com o devido rigor. Esclarecemos que o órgão já havia adotado providências, por meio de seu afastamento funcional em processo administrativo disciplinar, o qual se encontra em fase final de conclusão. Por fim, a ALMT providenciará assistência à vítima no que for necessário".

 

 

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