A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu, na manhã desta terça-feira (03.06), quatro mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande contra um grupo criminoso especializado em fraudes de portabilidade telefônica.
As investigações apontam que os suspeitos utilizavam acessos internos de operadoras, adquiriam e descartavam chips, além de empregarem logins legítimos para burlar os sistemas de segurança das empresas de telefonia. A prática criminosa resultou em prejuízos à vítima principal e representa uma séria ameaça à segurança digital de autoridades públicas e cidadãos em geral.
A ação faz parte da Operação Porta 67, deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI). As investigações foram conduzidas pelo delegado adjunto Gustavo Godoy Alevado e iniciadas em maio de 2023, após uma autoridade política de Mato Grosso do Sul ser alvo do golpe. A vítima perdeu acesso à linha telefônica depois que seu número foi transferido de forma fraudulenta para outra operadora, com uso indevido de seus dados pessoais.
Com a constatação de que a fraude foi executada a partir de Várzea Grande, o inquérito, inicialmente aberto pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, foi remetido à Polícia Civil mato-grossense. Os crimes investigados são de estelionato tentado e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar seis anos de reclusão.
Durante a apuração, constatou-se que a portabilidade foi solicitada via ligação a um canal interno da operadora. A chamada partiu de um número registrado em nome de uma ex-funcionária da empresa, que se autenticou de forma indevida utilizando as credenciais de uma vendedora de loja autorizada, localizada em um shopping de Várzea Grande.
O chip usado para habilitar a linha transferida foi inicialmente ativado por outra investigada, que, junto a um comparsa, realizava compras frequentes de grandes quantidades de chips pré-pagos. Esses chips eram posteriormente cancelados e reaproveitados para aplicar novos golpes.
“As diligências revelam um modo de atuação articulado e tecnicamente estruturado, com uso de ferramentas internas das operadoras e divisão de tarefas entre os envolvidos. O foco na prevenção e repressão a crimes cibernéticos é essencial diante da crescente sofisticação dessas práticas”, destacou o delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli.
Operação Porta 67
O nome da operação remete à portabilidade indevida realizada pelos investigados e ao DDD 67, que identifica o estado de Mato Grosso do Sul, local de residência da vítima.
Leia também: Vídeo mostra motociclista sendo arremessado após ser atingido por carro em VG
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
