As operações das forças de segurança realizadas entre janeiro e novembro de 2024 provocaram um prejuízo estimado em cerca de meio bilhão de reais às facções criminosas que atuam em Mato Grosso. O montante resulta da apreensão de drogas, veículos e aeronaves utilizados no tráfico em todo o Estado, incluindo a região de fronteira com a Bolívia.
Conforme balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), foram apreendidas 36 toneladas de entorpecentes, 272 veículos e 10 aeronaves no período. As drogas retiradas de circulação representam o maior impacto financeiro ao crime organizado, somando R$ 468 milhões em prejuízo. Entre os entorpecentes, a pasta base foi a mais apreendida, com 15,2 mil quilos. Na sequência aparecem a maconha (13,9 mil quilos) e a cocaína (7,1 mil quilos).
Na comparação com 2023, o volume de drogas apreendidas cresceu 38,5% — no ano passado, as forças policiais retiraram 26 toneladas do tráfico no mesmo período.
As aeronaves apreendidas, usadas no transporte de grandes carregamentos, principalmente na área de fronteira, representam prejuízo de quase R$ 20 milhões às facções. Já os veículos, entre eles caminhonetes, carros e motos, alguns roubados e destinados ao comércio no país vizinho, somam R$ 80 milhões em apreensões.
Segundo o secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, os resultados refletem o fortalecimento das forças de segurança. “Os investimentos feitos pelo Governo do Estado na aquisição de armamentos modernos e no videomonitoramento do Vigia Mais MT tornaram mais forte a presença das polícias em todas as regiões, atuando de forma integrada”, destacou. Roveri também lembrou o reforço de efetivo e a política de modernização adotada desde 2019, que garante “tolerância zero a todas as modalidades de crimes”.
Para o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Rodrigo Bastos da Silva, os números comprovam a integração e o comprometimento das forças policiais no combate ao crime organizado. “O prejuízo imposto às facções demonstra a eficiência das operações e a capacidade de resposta do Estado diante de uma criminalidade cada vez mais organizada e transnacional”, afirmou.
O comandante da Polícia Militar, coronel Cláudio Fernando Tinoco, também ressaltou o papel da tecnologia e da inteligência nas operações. “A soma do esforço e empenho dos policiais, aliada aos investimentos do Governo do Estado em armamentos e recursos tecnológicos, vem fazendo com que as operações tenham mais êxito”, pontuou.
Principais apreensões
Entre as maiores operações do ano está a ação integrada do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) com as polícias Militar e Civil, que em novembro, em Pontes e Lacerda (443 km de Cuiabá), apreendeu 958 quilos de cocaína, causando um prejuízo de R$ 25 milhões ao crime. Na ocasião, foram apreendidos uma caminhonete F250 e um caminhão, usados no transporte da droga.
Em setembro, outra grande apreensão foi registrada pelo Gefron, com cerca de 600 quilos de cocaína localizados na Terra Indígena Pequizal, em Comodoro (638 km de Cuiabá). A operação também resultou na apreensão de uma aeronave e quatro motocicletas que davam suporte ao transporte da droga.
As ações seguem em todo o Estado, com reforço na vigilância das rotas utilizadas pelo tráfico e foco na desarticulação de facções criminosas.
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