O Relatório de Gestão da Ouvidoria Geral de Polícia de Mato Grosso do 3º trimestre de 2024, publicado em novembro, trouxe recomendações relacionadas à Segurança Pública de Mato Grosso. Um dos pontos de destaque foi a análise e sugestão de melhorias no procedimento de triagem realizado no Sistema Prisional do Estado.
Durante a triagem, é perguntado aos presos se possuem vínculo com organizações criminosas, apresentando uma lista com os nomes das principais facções. A Ouvidora destacou que esta prática, apesar de ter sido criada para evitar conflitos dentro das unidades prisionais, pode fortalecer a influência das facções.
Destacando-se que mesmo presos que não possuem associação prévia com facções buscam escolher entre um lado ou outro, buscando proteção por parte das organizações criminosas.
“Na triagem do Sistema Prisional é feita uma pergunta: se o ingresso é ligado a uma organização criminosa, dando-lhes opções com os nomes das facções. A Ouvidoria avalia que mesmo presos não faccionados fazem a opção entre um ou outro, buscando proteção do grupo. Isso pode levar ao fortalecimento das facções, o que leva à necessidade de avaliação desse procedimento”, diz trecho do relatório.
Segundo a Ouvidoria, o fortalecimento desses grupos representa um risco para a segurança pública como um todo, já que facções possuem redes de atuação que extrapolam os limites dos presídios, contribuindo para o aumento do tráfico de drogas, armas e outros crimes organizados.
Com a publicação do relatório, o tema reacende o debate sobre como equilibrar a segurança dentro dos presídios sem alimentar um círculo vicioso de fortalecimento do crime organizado.
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