O sistema socioeducativo de Mato Grosso abriga, atualmente, 147 adolescentes em regime de internação, conforme dados do 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Desse total, um terço ainda não foi sentenciado de forma definitiva.
Dos 147 internos, 98 cumprem medida socioeducativa imposta por sentença judicial, enquanto 49 permanecem internados preventivamente, aguardando julgamento. A maioria dos adolescentes tem entre 16 e 17 anos e é composta por jovens negros ou pardos.
Embora o Estado não figure entre aqueles com os maiores índices de internação, especialistas alertam para a reincidência, reflexo de falhas nos programas de reintegração social. A ausência de projetos de qualificação profissional, de apoio psicossocial e de acompanhamento individualizado dificulta a transformação efetiva desses jovens.
As cidades de Cuiabá e Várzea Grande concentram a maioria dos casos, mas enfrentam dificuldades estruturais nas unidades socioeducativas, como a escassez de recursos para a implementação de Planos Individuais de Atendimento (PIAs) adequados à complexidade de cada adolescente.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública destaca a importância de ações intersetoriais que integrem o Judiciário, a Educação, a Saúde e a Assistência Social, como estratégia para a ressocialização e a prevenção da criminalidade juvenil.
Em âmbito nacional, as três últimas edições do Anuário (2022, 2023 e 2024) registraram queda contínua no total de adolescentes submetidos à medida socioeducativa de internação. O número passou de 26.868, em 2015, para 11.757, em 2023 — uma redução de 56,2% em oito anos.
Apesar da estabilidade nacional recente, dados por Unidade da Federação apontam crescimento expressivo em alguns estados. Entre 2023 e 2024, Mato Grosso apresentou o maior aumento percentual de internações: 30,6%, seguido pelo Amazonas (27,5%) e pelo Rio Grande do Sul (22%).
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