A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta quinta-feira (05.06), a operação Fachada, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido em agiotagem e associação com facção criminosa. Foram cumpridos seis mandados judiciais contra alvos em Chapada dos Guimarães e Cuiabá.
As ordens de busca e apreensão foram expedidas pelo Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá, visando recolher documentos, celulares, cadernos de contabilidade paralela e dinheiro em espécie. O material apreendido deve subsidiar o inquérito conduzido pela Delegacia de Chapada dos Guimarães.
Os alvos são cinco empresários — quatro residentes em Chapada dos Guimarães e um em Cuiabá — investigados pelos crimes de extorsão e associação criminosa. Em Chapada, um dos suspeitos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Durante a ação, os policiais apreenderam armas, porções de drogas, balança de precisão, petrechos para embalo de entorpecentes, celulares, dezenas de notas promissórias, dinheiro e outros itens relacionados ao esquema.
Esquema de agiotagem com apoio de facção
A investigação apurou que os suspeitos emprestavam dinheiro a juros abusivos para pessoas em situação de vulnerabilidade. Quando os pagamentos atrasavam, os devedores eram cobrados com apoio de uma facção criminosa, por meio de ameaças, coações e até violência.
Segundo o delegado Eugênio Rudy Júnior, responsável pelo inquérito, o grupo criminoso usava sua influência e aparência de legalidade para disfarçar os crimes. “O empresário de Cuiabá, que atua nos ramos imobiliário, empresarial e do agronegócio, ostenta uma vida de luxo nas redes sociais, onde acumula quase 22 mil seguidores. Exibe caminhonetes de alto padrão, barcos e bens de valor elevado, projetando a imagem de sucesso e prosperidade”, afirmou.
A operação contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso, e teve parecer favorável do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) de Cuiabá.
Também participaram da ação equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA), Delegacia de Estelionatos, Delegacia da Mulher, Polícia Militar de Chapada dos Guimarães e demais unidades especializadas.
Próximos passos
As investigações continuam com o objetivo de identificar novas vítimas e aprofundar a análise patrimonial dos envolvidos. A Polícia Civil reforça que posição social, influência ou aparência pública não eximem ninguém de responder por crimes praticados.
Origem do nome
O nome “Fachada” faz referência à imagem de legalidade e sucesso construída pelos investigados. Por trás da figura de empresários bem-sucedidos e socialmente respeitáveis, operava uma estrutura criminosa voltada à exploração de pessoas vulneráveis com o uso do medo e da violência.
Leia também - Facção que movimentou R$ 22 milhões é desarticulada em MT
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).