Agentes penitenciários apreenderam 42 aparelhos de telefone celular, cerca de meio quilo de entorpecentes e uma quantia ainda não contabilizada em dinheiro durante revista no raio 1 da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, na madrugada desta terça-feira (09.02).
De acordo com o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindspen), que representa os agentes penitenciários que divulgou a ação, a revista foi realizada após o núcleo de inteligência local de a unidade constatar que alguns presos haviam postado fotografias em redes sociais exibindo grande quantidade de dinheiro dentro de uma cela. A fotografia que teria motivado a ação dos agentes penitenciários foi divulgada pelo Sindspen.
Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que administra o sistema penitenciário, revistas como a realizada nesta madrugada são medidas rotineiras. Neste carnaval, estas incursões de agentes penitenciários no interior das celas das unidades estaduais já resultaram na apreensão de outros 142 aparelhos de telefone celular, bem como chips, armas artesanais e drogas, entre outros. Um balanço específico sobre as ações durante o período de carnaval ainda deverá ser divulgado pelos órgãos que integram o sistema de segurança do Estado.
Desta vez, segundo o Sindspen, a revista foi motivada pela constatação de acesso de parte dos presos à internet e às redes sociais. Uma das postagens detectadas era de uma fotografia feita com a câmera de um telefone celular na qual aparecem quase 20 detentos dentro da mesma cela. Cinco deles exibem cédulas, como as de R$ 50,00 e R$ 100,00, nas mãos. Segundo o Sindspen, os presos são dos cubículos 11 e 12 do raio 1 da PCE.
Os detalhes das apreensões realizadas na PCE devem integrar o balanço da operação de carnaval nas unidades penitenciárias, mas a Sejudh já confirmou a apreensão de 42 aparelhos de telefone celular nesta madrugada.
Já de acordo com o Sindspen, que divulgou a ação desta madrugada, a quantia em dinheiro apreendida ainda não foi contabilizada, mas o volume de material análogo à pasta-base de cocaína, cocaína e maconha é de aproximadamente meio quilo. Os presos do raio revistado foram retirados temporariamente das celas para a averiguação.
O presidente do Sindspen, João Batista Pereira de Souza, apontou que o dinheiro exibido pelos detentos certamente tem relação com o narcotráfico praticado dentro dos presídios e, segundo ele, propiciado por medidas como a portaria 002/2014, da Sejudh, que aboliu a revista vexatória a visitantes dos presos.
A medida, segundo ele, permite a entrada de “mulas” que conseguem transportar entorpecentes para dentro da unidade penitenciária, fomentando um mercado interno.
Já de acordo com a Sejudh, a portaria criticada pelo sindicalista obedece a convenções internacionais de Direitos Humanos das quais o Brasil é signatário. Além disso, a Secretaria informou que a entrada às unidades penitenciárias tem sido regulada com o uso de aparelhos de raio-X que permitem identificar visitantes que tentem adentrar portando objetos vetados - o que já ocorre na PCE, assegurou a Secretaria.
Nota do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindspen)
Presos da PCE comemoram lucros de boca-de-fumo no carnaval
Enquanto o governo do estado insiste na vigência da portaria 02/2014 que proíbe a revista nas visitas de presos e se nega a aparelhar as unidades penais, o tráfico de drogas continua correndo livremente nesses locais. Durante o carnaval, presos de várias unidades fizeram selfie ostentando a fortuna que vêm fazendo debaixo dos olhos do estado.
Segundo os agentes penitenciários que passaram o carnaval fazendo revistas na Penitenciária Central do Estado (PCE), a sensação que dá é de que se esta enxugando gelo, pois sem o efetivo necessário não se tem como fazer as revistas constantes, e assim, os presos acumulam drogas e celulares com facilidade, já que sem o aparelho de escâner corporal não se tem como combater a entrada de drogas que na grande maioria vem no corpo das visitantes.
Ainda na manhã desta terça-feira (9) os agentes da PCE entraram no raio 1, onde encontraram além de muita droga e celulares, encontraram uma grande quantidade de dinheiro, o qual é fruto do tráfico de drogas dentro da unidade, que hoje conta com uma população carcerário de quase 2 mil presos.
Praticamente a população de uma cidade pequena do Estado de Mato Grosso e uma clientela enorme de usuários que vêm sendo abastecida graças a conveniência e omissão do Estado.
Diretoria SINDSPEN-MT
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