O médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29 anos, se entregou à polícia na tarde desta segunda-feira (05.05), na delegacia de Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá. Ele teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. Bruno é suspeito de atirar e matar a companheira, Kethlyn Vitória de Souza, de 15 anos, no último sábado (3).
Em entrevista ao portal , o advogado Fábio Henrique, que representa o médico Bruno Tomiello, afirmou que o disparo foi acidental, atribuindo a tragédia à irresponsabilidade e ao consumo de álcool. “Um pedaço dele já está enterrado, que é a menina; e o outro pedaço já está enterrado por antecipação, porque a vida dele está num estado que a senhora nem imagina”, declarou o advogado.
Segundo a defesa, o casal havia saído de uma festa de rodeio e seguia para casa, quando Kethlyn sentou-se no colo do companheiro, como costumavam fazer. Em determinado momento, o médico, que portava uma pistola, manipulou a arma acreditando que ela estivesse desmuniciada. O disparo acidental ocorreu nesse instante, atingindo a adolescente na cabeça.
“Infelizmente, ele estava mexendo na arma, bêbado, e a arma disparou. Foi uma fatalidade”, declarou o defensor. Ainda segundo o advogado, Bruno prestou socorro à namorada e a levou ao hospital municipal da cidade, onde tentou reanimá-la com o apoio de outros médicos. No entanto, a jovem não resistiu.
A defesa nega qualquer tentativa de fuga. Fábio Henrique afirma que o médico permaneceu na casa da mãe, em estado de choque, e apresentou-se voluntariamente à polícia após orientação jurídica. “Foi uma entrega combinada com a autoridade policial, por segurança. Ele não foi capturado, não estava foragido”, reforçou.
A Justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. O médico permanece detido na delegacia local, aguardando audiência de custódia. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio, com possibilidade de feminicídio, e apura também a legalidade da relação entre Bruno e Kethlyn, uma vez que a adolescente era menor.
Quanto ao fato de a vítima ser menor de idade, o advogado argumenta que existia uma união estável consensual, reconhecida pela família da jovem. “Pode ser imoral, mas não é ilegal”, afirmou.
A defesa reforça que irá trabalhar para provar que o caso foi uma tragédia sem intenção. “Ele morreu no dia em que ela morreu também”.
O médico deve passar por audiência de custódia hoje ou amanhã, segundo a defesa.
Relembre o caso
Kethlyn foi atingida com um tiro na cabeça e levada pelo namorado até uma unidade de saúde da cidade. De acordo com a Polícia Militar, Bruno aparentava estar muito abalado.
A adolescente foi atendida por uma equipe médica que tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos, mas não resistiu. Testemunhas relataram que, ao ser informado da morte, Bruno ficou descontrolado e tentou quebrar janelas e portas do hospital.
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