O delegado Bruno Abreu, responsável pelo inquérito que apura a morte do advogado Renato Nery, afirmou, em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (12.05), que a empresária Julinere Goulart Bentos — presa como uma das mandantes do crime — já esperava pela prisão e decidiu colaborar com as investigações.
“A Julinere já estava esperando. Quando cumprimos a medida cautelar referente à tornozeleira eletrônica, ela já sabia que poderia ser presa. Então, quando chegamos lá, a empregada a chamou, e nós conversamos bastante”, explicou o delegado.
Embora tenha confirmado que Julinere está colaborando com as investigações e que conversou com ela durante o cumprimento da ordem de prisão, Bruno Abreu não revelou o conteúdo do diálogo.
Por sua vez, o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Caio Albuquerque, afirmou que o empresário César Jorge Sechi — também apontado como mandante do crime — demonstrou tranquilidade e reagiu com ironia à prisão.
Albuquerque relatou que, assim como na ocasião em que foi determinada a colocação da tornozeleira eletrônica, César manteve o tom irônico e alegou que a prisão seria um completo equívoco. “Ele se mostrou bastante frio, até mesmo um tanto irônico. Alega que tudo não passa de um equívoco, que nada será comprovado e que conseguirá a liberdade”, declarou Caio Albuquerque.
Apesar de César não demonstrar preocupação, o delegado da DHPP destacou que há elementos robustos que o indicam como um dos mandantes. “Não se trata de testemunhos isolados ou provas desconexas. Temos documentos e declarações de pessoas próximas a ele”, afirmou.
Ao exemplificar o avanço das investigações, Albuquerque explicou que, à medida que as provas se consolidam, os alvos acabam se contradizendo ou revelando informações uns sobre os outros.
“No final, tudo vai se afunilando: um acaba entregando o outro — isso sempre acontece. Essa ironia dele será completamente desfeita, porque, no fundo, ele tem plena consciência de que a verdade veio à tona”, afirmou o delegado.
César Jorge permaneceu em silêncio durante seu depoimento. Já Julinere deve ser ouvida nesta terça-feira (13), na companhia de um advogado.
Prisão
O casal foi preso na manhã da última sexta-feira (09) em Primavera do Leste, a 234 km de Cuiabá, onde residem. Eles chegaram à Capital na parte de tarde.
Na ocasião, Julinere não foi algemada e entrou na delegacia com o rosto coberto, ao contrário de César, que estava algemado e não cobriu o rosto.
Envolvimento
O casal teria encomendado a morte do advogado Renato Nery devido a uma disputa envolvendo uma área avaliada em R$ 30 milhões, no município de Novo São Joaquim, a 439 km da Capital.
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