O jornalista Edvaldo Carvalho, militante do partido Podemos e candidato a vereador nas eleições de 2024, além de aliado político da prefeita Flávia Moretti (PL), publicou um vídeo em suas redes sociais nesta sexta-feira (15.05), cuja repercussão tem sido, no mínimo, polêmica.
Visivelmente indignado, ele criticou veementemente a possível nomeação de Leandro Manduca para o cargo de superintendente de Cultura do município. Segundo Edvaldo, a revolta decorre do fato de Manduca ter atuado como assessor do ex-presidente da Câmara, vereador Pedro Paulo Tolares — conhecido como Pedrinho —, que concorreu como vice-prefeito na chapa do ex-prefeito Kalil Baracat, ambos adversários políticos da atual gestão municipal.
“Leandro falou horrores da prefeita na campanha. Disse que ela era queimada na OAB, que não ganhava nem para presidente de bairro. E agora é premiado com cargo de confiança?”, questionou o jornalista no vídeo.
Edvaldo ainda destacou que participou ativamente da campanha de Flávia Moretti, organizando mobilizações nas ruas, defendendo a bandeira do PL e, inclusive, respondendo judicialmente por atos de terceiros. “Tomei multa de R$ 25 mil, que estou pagando parcelado, por algo que nem fui eu quem fez. E agora, quem nos atacou é recompensado?”, desabafou.
O jornalista lembrou que o Podemos, coligado ao PL em 2024, foi um dos partidos que mais se empenharam na campanha, embora não tenha conseguido eleger nenhum vereador. “Montamos o partido em Várzea Grande, ajudamos a construir a vitória, e agora somos esquecidos?”, questionou, mencionando outros aliados igualmente frustrados.
Sua principal crítica recai sobre o que considera um desrespeito aos militantes da base. “Parece que só é valorizado quem ‘paga pau’, quem bajula. Eu não faço isso. Tenho duas graduações, estudei, sou de família trabalhadora. Nunca precisei puxar saco de ninguém”, afirmou.
Ao final do vídeo, Edvaldo faz um apelo direto à prefeita: “Flávia, onde está o reconhecimento pelos que realmente lutaram ao seu lado? Tem tanta gente capacitada em Várzea Grande, por que escolher justamente quem trabalhou contra sua eleição?”
A possível nomeação ainda não foi oficializada por publicação em Diário Oficial, contudo, segundo o correligionário de Moretti, a informação circula amplamente nos bastidores da prefeitura e nas redes sociais.
Importante destacar que Edvaldo Carvalho também é um dos alvos de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movida pelas coligações do MDB e do União Brasil. A ação acusa o grupo da prefeita de suposta disseminação de fake news e prática de caixa dois, envolvendo também o próprio jornalista.
Íntegra da fala do jornalista Edvaldo Carvalho:
“Olá minha gente querida, tudo bem com vocês? Saudações a cada um de vocês, meus seguidores, vocês que vão assistir esse vídeo, não sei qual horário, mas olha, eu quero passar por aqui pra falar algo que eu fiquei indignado, que chegou até o meu conhecimento. Até coloquei esse colete, porque esse colete me faz lembrar da campanha. Eu fui candidato a vereador na eleição passada, ano passado. Não ganhei, mas ganhei experiência, ganhei amigos de verdade.
E a nossa prefeita ganhou, a qual defendia a bandeira. Balancei a bandeira. Estive na campanha de manhã, tarde e à noite junto com a minha equipe, assim como vários outros que também estavam no partido potente. Para vocês que não sabem, eu junto com o Fabiano, que hoje é o sub da Comunicação, junto com o Fred, nós montamos o Podemos em Várzea Grande, da coligação com o PL. A qual deu certo, né? Não fizemos ninguém no Podemos, mas todos nós... o partido mais participativo durante a campanha do PL aqui em Várzea Grande foi o nosso, foi o Podemos. É o partido mais participativo.
E eu quero compartilhar algo com vocês, porque estou totalmente decepcionado, revoltado com o que eu fiquei sabendo. Chegou até mim a notícia ontem à noite, a qual... o Leandro Manduca. Leandro Manduca foi assessor do Pedrinho, trabalhou na campanha inteirinha para o derrotado ex-prefeito Kalil Baracat. E chegou até ao meu conhecimento que ele vai ser o superintendente da Cultura de Várzea Grande.
E eu pergunto: gente que não balançou bandeira, gente que falou muito mal da prefeita e do Tião ser valorizado? Será que ninguém do nosso partido, ninguém de Várzea Grande, que balançou bandeira, esteve junto, não pode assumir essa vaga de superintendente?
Flávia, durante a campanha eu tive vários embates com o Leandro Manduca. O Leandro Manduca falou que a senhora era queimada no OAB de Várzea Grande. Que a senhora não ganhava nunca, nem para presidente do OAB. Que a senhora não era conhecida. O que ele estaria falando da senhora? Que Kalil iria ganhar. Que a senhora não ganhava nem para presidente de bairro. Falou muito mal. Não vou nem falar aqui que foi algo que, durante a campanha da eleição passada...
E chegou até ao meu conhecimento isso. E eu que balancei bandeira, eu que estou sendo investigado por uma Aije, que é um processo investigativo eleitoral, o qual não fui eu que fiz. Gente aí que está junto com a Flávia Moretti, que deu salário, salário de secretário. Secretário que fez isso e deixou nessa situação. Mas não é o caso que eu vou falar.
Relembrando pra quem está nos acompanhando agora: o Veja Notícia, o site Veja Notícia, publicou lá... olha, presta atenção nessas imagens... ele fala sobre a Aije e fala sobre a irregularidade, sobre fake news da prefeita Flávia Moretti, de seu vice Tião da Zaeli, e do jornalista repórter Edivaldo Carvalho. Olha o outro do Fred, do empalador. Coligação jogando candidato, culpa de fake news em Várzea Grande. Repórter leva multa de R$ 10 mil. Não levei só R$ 10 mil, levei R$ 25 mil de multa.
R$ 25 mil de multa. Já paguei praticamente 65%, 70%. Falta pouco. Estou pagando parcelado, mas estou pagando. E por algo que não fiz. Não fiz, prefeita. Algo que foi da campanha, que fizeram por mim. Mas não é o caso agora. Isso é que eu queria falar em outra ocasião, em outra oportunidade sobre isso daí.
Mas aí eu pergunto: será que não tem ninguém capacitado pra assumir? Dizem por aí que Várzea Grande só é lembrado e valorizado curva de rio. Ou seja, gente que paga pau, famoso leiteiro, algo nesse sentido. Eu não faço isso. Eu tenho duas graduações. Eu estudei pra ser o que sou hoje. Comecei do zero, do zero. Nasci e criei no Cristo Rei. Filho de pedreiro, carpinteiro. Meu pai faleceu já há oito anos. Caçula entre sete irmãos. Família bem tradicional. Ninguém nunca foi preso. Todos trabalhadores.
Não tem ninguém rico, mas todos são trabalhadores. E eu passo por aqui revoltado.”
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