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Nacional Terça-feira, 11 de Dezembro de 2012, 08:30 - A | A

Terça-feira, 11 de Dezembro de 2012, 08h:30 - A | A

Caso Yoki

Elize desistiu de divórcio após flores

G1.com

 

A letra de uma música romântica e rosas vermelhas foram usadas por Marcos Kitano Matsunaga para tentar a reconciliação com Elize Araújo Kitano Matsunaga 20 dias antes dele ser baleado e esquartejado pela própria mulher. O G1 teve acesso ao depoimento de testemunhas e à troca de e-mails entre o casal Matsunaga. As mensagens que constam no processo foram trocadas durante o período em que o empresário e a bacharel em direito estiveram separados provisoriamente.

Assassina confessa do diretor da Yoki, a bacharel em direito está presa preventivamente pelo crime cometido na noite de 19 de maio, no apartamento onde o casal morava com a filha recém-nascida, na Zona Oeste de São Paulo.

Nesta terça-feira (11), Elize deve ser interrogada pela primeira vez pela Justiça. Além da viúva, a babá da criança, Mauriceia José Gonçalves dos Santos, e a amante do empresário morto, Nathalia Vila Real Lima, poderão prestar depoimento no Fórum da Barra Funda, na capital paulista.

Essa etapa judicial, chamada de audiência de instrução, precede a um eventual julgamento da ré. Caso seja pronunciada pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, ela será submetida a júri popular. Sete jurados a julgarão em uma data ainda a ser marcada pelo magistrado.

Bastidores da crise conjugal

No período de aproximadamente um mês antes do crime, Elize e Marcos viviam uma crise por suspeita de traição. Após ligar para polícia e relatar ter sido ameaçada, Elize deixou o apartamento do casal e se refugiou em um hotel em São Paulo com a filha e a babá Mauriceia; depois seguiu com elas para a Bahia e Paraná.

Enquanto esteve longe de Marcos, Elize pensava no divórcio, ao ponto de consultar uma advogada que a orientou a contratar um detetive para flagrar a traição do marido. Mas após receber a tradução de ‘Because You Loved Me’ (Porque Você Me Amou), interpretada pela cantora canadense Celine Dion, e o buquê de flores com o pedido de reconciliação, desistiu de seguir com o rompimento.

Mesmo assim, ela manteve os serviços do detetive que gravou o diretor da Yoki com sua amante, a garota de programa Nathalia. Quando conheceu Marcos, Elize também havia trabalhado como prostituta.

Música e flores

No e-mail, Marcos buscava mostrar que queria retomar o relacionamento. “(...) você fez de mim um homem (...)”, escreveu Marcos às 18h16 do dia 29 de abril em e-mail enviado a Elize. “(...) agora me sinto como nessa música, temos muitas coisas para acertar e corrigir na nossa relação, cometi muitos erros e fui muito fraco (...) Temos que esquecer o que passou, parar de nos magoarmos e recomeçar tudo como se voltássemos para aqueles dias mágicos (...)".

“Eu concordo com tudo o que vc falou (...)”, respondeu Elize para Marcos, às 18h38 do mesmo dia de abril, com linguagem típica da internet. “Mas quero desesperadamente parar de brigar, pork não aguento mais (...) eu t amo muito”.

O depoimento da babá Mauricéia, dado em junho ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), confirma a tentativa de reconciliação. “O que mais marcou a depoente nessa viagem foi o fato de chegar um buque de flores vermelhas com um bilhete de Marcos, e Elize mostrou o bilhete dele pedindo desculpas”, declarou a babá.

Crime passional

Em maio, o empresário foi buscar a bacharel, a criança e a babá no aeroporto em São Paulo. Ao chegarem ao apartamento, a empregada foi dispensada. Marcos desceu de elevador para pegar uma pizza que havia pedido. Ao subir, o casal discutiu porque a mulher revela ter descoberto a relação extraconjugal do executivo.

De acordo com depoimentos de Elize, o crime ocorrido em maio foi passional, cometido "sob forte emoção" após ela ter sido "injustamente provocada pela vítima". À Polícia Civil, havia dito que a vida conjugal não era "harmônica" e pensava em se separar. Alegou ainda que respondeu a uma agressão de Marcos após discussão sobre a traição dele.

Na versão da acusada, o homem a xingou, ameaçou tirar a guarda da criança dela, e matá-la caso fugisse com a menina. Pela primeira vez no relacionamento, ele deu um tapa no seu rosto. Em seguida, a bacharel atirou na cabeça do executivo da empresa alimentícia, cortou seu corpo, o colocou em sacos e os espalhou na Grande São Paulo.

Crime premeditado

O Ministério Público sustenta no processo que o assassinato do empresário foi premeditado e que o motivo do crime foi financeiro. A acusada estaria interessada no dinheiro da vítima. A equipe de reportagem não conseguiu localizar o promotor José Carlos Cosenzo para comentar o assunto.

Presa preventivamente em Tremembé, no interior de SP, Elize deverá comparecer nesta terça ao Fórum da Barra Funda, onde terá seguimento a audiência de instrução do caso Matsunaga para saber se a acusada será levada a julgamento pelo crime. Caso seja interrogada pela Justiça, a ré irá confirmar a versão de que estava sendo ameaçada por Marcos e que o crime foi passional.

“O crime foi movido por forte emoção. Minha cliente atirou para se defender de uma injusta agressão”, disse o advogado Luciano Santoro, que defende Elize.

Outra prova que a defesa pretende usar para corroborar a tese de que a bacharel vinha sendo ameaçada é uma gravação feita pela Polícia Militar. Vinte e cinco dias antes do crime, Elize havia telefonado para o serviço de emergência 190 da PM para denúncia Marcos por ameaça.

 

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