O levante contra o regime de Bashar al-Assad teve início em 15 de março de 2011, durante a insurreição da Primavera Árabe, período em que as populações de países árabes, como Tunísia, Líbia e Egito se revoltaram contra os governos de seus países. O levante começou pacífico nos primeiros quatro meses, mas, a partir de agosto, manifestantes fortemente reprimidos passaram a recorrer à luta armada
Em 2012, A Cruz Vermelha e a ONU classificaram os conflitos como guerra civil, abrindo caminho para a cobrança da aplicação do Direito Humanitário Internacional e para a investigação de crimes de guerra. As missões diplomáticas para resolver o conflito têm fracassado. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, do início dos conflitos até março de 2014, mais de 140 mil pessoas já morreram. Entre os mortos estão mais de 7 mil crianças e 5 mil mulheres.
Há quase 50 anos, a Síria é governada pelo mesmo partido, o Baath.
O país é liderado com mãos de ferro pelo presidente Bashar Al-Assad desde julho de 2000. Antes disso, seu pai, Hafez al-Assad, presidiu o país por 30 anos. Nesse período, ele proibiu a criação de partidos de oposição e a participação de qualquer candidato de oposição em uma eleição.
Em fevereiro de 2012, foi anunciada a criação de uma nova Constituição, prevista para entrar em vigor após as eleições presidenciais de 2014. Embora o documento adote o pluripartidarismo, ele não reduz a permanência do chefe de estado sob o comando da nação, nem mesmo o seu poder.
Os movimentos de Assad são estratégicos. O governo sírio controla as grandes cidades e as estradas mais importantes e tem usado a fome e a miséria como principal arma para punir a população civil, maior vítima dos conflitos.
Os personagens da guerra são:
Forças do regime de assad, exército Sírio, milícias leais ao governo, Conselho Nacional Sírio (perseguidos sunitas), Comitê de Coordenação Nacional (dissidentes), exército livre da Síria (dissidentes, soldados desertores e civis armados).
Mudanças no quadro de rebeldes podem estar rompendo a rebelião. A oposição, dividida em grupos rivais , encontra cada vez mais dificuldades em atingir o objetivo de derrubar o governo de Bashar al-Assad.
Os rebeldes - em sua maioria islamitas - e a Frente Al-Nosra - braço oficial da Al-Qaeda na Síria – enfrentam, desde janeiro de 2014, os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), a quem acusam de brutalidade e de ter vontade de hegemonia.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas foram deslocadas dentro da própria Síria.
2,4 milhões abandonaram suas casas e se refugiaram em países vizinhos onde são frequentemente alvo de racismo e discriminação.
Relatório divulgado em 10 de março de 2014 pela Unicef estima que 5,5 milhões de crianças tiveram suas vidas devastadas pela guerra.
Cerca de 1 milhão estão presas em áreas sitiadas ou onde a ajuda humanitária não consegue chegar.
1,2 milhão vivem refugiadas, habitando locais insalubres, onde comida, água potável e acesso à educação são limitados.
De acordo com o mesmo relatório, o número de refugiados sírios em países como Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito deve alcançar no fim de 2014 a marca de 4,1 milhões de pessoas. Outras 9,3 milhões precisarão de ajuda até o fim de 2015.
Um dos pontos altos da guerra se deu em 21 de agosto de 2013, quando um ataque químico - realizado nos arredores de Damasco e atribuído pela oposição e países ocidentais a Bashar al-Assad - deixou mais de 1.400 mortos.
Apesar de toda a comoção e condenação internacional, um acordo entre Moscou e Washington cancelou qualquer tipo de ataque ocidental à Síria após Assad se comprometer a destruir suas armas químicas. Até agora, a Síria destruiu um terço de seu arsenal químico.
Em 23 de janeiro de 2012, a Síria anunciou que rejeitava a proposta da Liga Árabe para que Al-Assad se afastasse do cargo e para que fosse criado um governo de unidade nacional.
Além da Liga Árabe, ONU, União Europeia e Estados Unidos sempre condenaram a violência e a repressão impostas pelo regime sírio, mas nunca intervieram no conflito.
A União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas unilaterais contra a Síria, mas nunca agiram de forma mais enérgica.
Países como Irã, China e Rússia são aliados declarados do regime de Bashar Al-Assad e se manifestaram contra qualquer tipo de imposição de sanção internacional ao país.
A Rússia, que tem uma base naval militar no país, condenou o uso da violência pelos opositores ao regime, aos quais chamou de ‘terroristas’ e votou contra o estabelecimento de uma missão humanitária no país na Conferência de Paz GenebraII, em fevereiro de 2014.
A China chegou a acusar os países ocidentais de instigar uma guerra civil na Síria.
O Brasil retirou seu embaixador da Síria em janeiro de 2013. Em junho do mesmo ano, foi a vez de o Egito romper relações com o país