O governo dos Estados Unidos está oferecendo uma recompensa de US$ 25 milhões (cerca de R$ 139 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A oferta foi anunciada nessa segunda-feira (28.07) pela DEA, a agência antidrogas dos EUA, por meio das redes sociais.
O cartaz divulgado traz a foto de Maduro e acusações ligadas ao tráfico internacional de drogas. Também há recompensas por informações sobre Diosdado Cabello, ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, e Vladimir Padrino López, ministro da Defesa — ambos aliados próximos de Maduro e membros do Partido Socialista Unido da Venezuela.
Segundo o governo norte-americano, Maduro e seus aliados são acusados de envolvimento com narcotráfico, contrabando de armas e apoio a organizações terroristas, como parte de um esquema operado pelo Cartel de los Soles, organização criminosa que teria se infiltrado nas instituições do Estado venezuelano.
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Cartel de los Soles é declarado organização terrorista
Na última sexta (25), o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu oficialmente o Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas globais. A medida foi tomada após o grupo ser apontado como apoiador direto do Tren de Aragua e do Cartel de Sinaloa, dois dos mais violentos grupos criminosos da América Latina.
Segundo as autoridades norte-americanas, o cartel seria comandado por Maduro e por outros membros do alto escalão do governo venezuelano, que teriam corrompido as Forças Armadas, o Judiciário e órgãos de inteligência do país para facilitar o envio de drogas aos Estados Unidos.
“Essa medida expõe ainda mais o papel do regime ilegítimo de Maduro na promoção do narco-terrorismo”, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Ele disse que a ação segue a política de tolerância zero do ex-presidente Donald Trump contra organizações que ameaçam a segurança dos EUA.
Quem são os aliados do cartel
O Tren de Aragua, surgido na Venezuela, é acusado de envolvimento em crimes como tráfico de drogas, tráfico de pessoas, extorsão, exploração sexual e lavagem de dinheiro. Já o Cartel de Sinaloa, do México, é uma das maiores e mais antigas facções do narcotráfico internacional, responsável por enviar toneladas de drogas, incluindo fentanil, para os EUA.
Ambos foram oficialmente classificados como organizações terroristas estrangeiras pelo Departamento de Estado dos EUA em fevereiro de 2025.
Bloqueio de bens e sanções internacionais
Com a designação do Cartel de los Soles como organização terrorista, todos os bens e ativos ligados ao grupo que estiverem nos EUA ou sob controle de americanos serão bloqueados. Também ficam proibidas todas as transações financeiras ou comerciais com o cartel, salvo exceções autorizadas pelo governo.
A sanção atinge inclusive empresas e entidades com participação igual ou superior a 50% do cartel. Bancos e instituições financeiras estrangeiras que negociarem com o grupo poderão sofrer sanções secundárias dos EUA, como o fechamento de contas nos Estados Unidos.
A medida foi aplicada com base na Ordem Executiva 13224, que permite sanções contra qualquer entidade que ofereça apoio material, financeiro ou tecnológico a grupos terroristas.
O Departamento do Tesouro destacou que o objetivo não é apenas punir, mas forçar mudanças de comportamento por parte dos envolvidos.