Durante a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, válida pela Libertadores Sub-20, no Paraguai, na noite dessa quinta-feira (06.03), o atacante Luighi foi alvo de uma ofensa racista por parte de um torcedor adversário, que imitou um macaco em sua direção. Além disso, membros da torcida paraguaia cuspiram no jogador. O Verdão venceu por 3 a 0, mas o placar ficou em segundo plano diante da gravidade do ocorrido.
Abalado, Luighi deixou o campo chorando e, em entrevista após a partida, cobrou providências da Conmebol e da CBF. O jogador também demonstrou indignação com o fato de um repórter ignorar o episódio ao questioná-lo sobre o jogo.
“É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? O que fizeram comigo é crime”, desabafou.
CBF promete ação na Conmebol
Em nota publicada na noite desta quinta-feira (06), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) repudiou o ato racista e anunciou que acionou sua Diretoria Jurídica para apresentar uma representação formal à Conmebol.
"É chocante assistir cenas como essas. Racismo é crime e deve ser combatido por todos. Sei do tamanho da dor sofrida pelo Luighi. Basta de racistas no futebol. A CBF vai representar na Conmebol pedindo punições enérgicas", declarou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
Rodrigues, que é o primeiro presidente negro da entidade, reforçou que a CBF foi pioneira na implementação de punições esportivas para casos de racismo em seu regulamento e cobrou rigor nas sanções.
Palmeiras pede exclusão do Cerro Porteño
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também se pronunciou na manhã desta sexta-feira (07), e afirmou que o clube tomará medidas drásticas. Segundo ela, o Verdão irá solicitar a exclusão do Cerro Porteño da competição, destacando que esse não é o primeiro caso de racismo envolvendo o clube paraguaio.
"Vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição. Porque não é a primeira vez que esse clube ataca nossos atletas, nossos torcedores", disse Leila, relembrando incidentes semelhantes ocorridos em 2022 e 2023.
A dirigente ainda criticou a postura do árbitro, que não interrompeu a partida, descumprindo protocolos da FIFA para casos de discriminação.
Conmebol promete investigação
Em resposta, a Conmebol afirmou que tomará medidas disciplinares e que estuda ações mais severas contra atos racistas. No entanto, a entidade tem sido alvo de críticas pela demora e falta de transparência em punições anteriores.
Leila Pereira revelou que tentou contato com Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, mas não obteve resposta.
"A Conmebol está sendo muito displicente em relação a esses fatos", criticou.
Apoio do futebol brasileiro
A revolta com o caso gerou uma onda de solidariedade ao jovem atacante. Jogadores do elenco profissional do Palmeiras, clubes rivais como Corinthians e São Paulo, além de atletas de outras equipes, prestaram apoio a Luighi nas redes sociais. Nomes como Richarlison (Tottenham), Vini Jr. (Real Madrid), Dudu (Cruzeiro) e Felipe Melo (Fluminense) também se manifestaram contra o racismo.
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