A afirmação de que os agentes da Guarda Municipal de Várzea Grande não gostam de trabalhar, foi comentada pelo vereador Fábio Saad (PTC), durante sessão dessa quarta-feira (2303), na Tribuna da Câmara. De acordo com o parlamentar, a declaração foi feita pelo secretário de Defesa Social do município, Walter de Fátima e causou polêmica entre alguns agentes.
Segundo o vereador, Walter fez a declaração durante sua participação na Audiência Pública realizada na Câmara, na última terça-feira (22.03) que discutiu a implantação da Delegacia de Roubos e Furtos e Instituto Médico Legal (IML) no município.
Conforme Fábio, no anseio de defender a Guarda Municipal das críticas da população pela violência na cidade, Walter expôs a fragilidade da corporação, e foi “infeliz” ao revelar que os agentes trabalham com colete (provas de bala) vencido, com munições do ano 2000, e que possuí apenas cinco armas de fogo, calibre 38.
Além disso, o secretário teria exposto os agentes ao afirmar que muitos “não gostam de trabalhar”, e que quando são escalados para o plantão “pegam atestado médico” para não comparecerem ao trabalho, sendo que existem agentes que estão de atestado há mais de dois anos.
“O comandante da Guarda Municipal veio na Casa de Leis, e falou que a bala da Guarda Municipal é do ano de 2000. Ele falou que tem cinco revólveres calibre 38 para GM. Que os coletes estão vencidos. Desculpa, ele foi muito infeliz. Ele colocou a fragilidade da Guarda Municipal, e expôs os guardas municipais quando ele colocou que os agentes ficam pegando atestado médico para não cumprir o seu papel. Ele colocou aqui na tribuna. Talvez tenha sido no anseio dele. Mas, ele falou que a guarda municipal não gosta de trabalhar. Vai ter plantão amanhã, eles pegam atestados hoje. Tem guarda municipal que está de atestado há mais de dois anos. Ele (Walter) falou aqui. Nessa Casa de Leis tem que prestar muito atenção quando colocasse uma instituição de Segurança Pública do município em xeque”, disse Fábio.
O vereador completou: “Que ele expôs a guarda municipal, ele expôs. Ele colocou a guarda em uma situação, desculpa, vexatória diante toda a sociedade”.
O vereador Chico Curvo (PSD) disse que não existe o guarda municipal deixar de realizar plantão, fazer com que a cidade fique sem segurança, por simplesmente não querer trabalhar, apresentado “atestado médico”, e cobrou a presença do secretário Walter de Fátima para explicar a declaração.
Outro Lado – Em entrevista ao VG Notícias, Walter de Fátima, reafirmou tudo que o vereador disse, mas fez questão de destacar que as irregularidades ocorreram nas gestões passadas e que atual gestão vem buscando acabar com todas as ilegalidades que vinham sendo cometidas.
Ele deixou claro que os equipamentos que a GM ainda trabalha, é da gestão do então prefeito Jaime Campos (DEM), quando foi criada.
“Eu falei tudo isso ai, e que tem pessoa na Guarda Municipal que há oito anos não trabalha. O cara mais vagabundo da Guarda Municipal é uma pessoa ligada a Walace que não trabalha. O pessoal sabe que é. Eu falei isso tudo porque tem pessoas que estão tentando me sabotar só porque estou buscando acabar com as irregularidades, que antes tinha aqui e fazer com que a Guarda Municipal trabalhe melhor”, declarou.
Walter explicou que como forma de melhoria, a atual administração já comprou 80 coletes, está providenciando a compra de 50 pistolas 380, munições, criou a Corregedoria da corporação para punir os agentes que cometem irregularidades, e melhorando a carreira da categoria.
“É muito fácil fazer audiência pública e criticar o trabalho da Guarda Municipal. Mas, promover melhorias em prol da Guarda para oportunizar um melhor serviço na questão de segurança ninguém faz”, disse.
Sem citar nomes, o secretário se referiu ao ex-policial deputado Pery Taborelli, que veio na audiência pública, discursou e foi embora sem ouvir o que os outros participantes tinham para contribuir com a área da segurança.
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