No dia 15 de maio, Várzea Grande completa 158 anos. Em datas como essa, espera celebrar conquistas, avanços e motivos de orgulho. Mas, para quem vive aqui, a sensação dominante não é de festa — é de tristeza, frustração e abandono.
Nós, que escolhemos Várzea Grande como nosso lar — que criamos nossos filhos aqui, que pagamos nossos impostos e que trabalhamos todos os dias acreditando no potencial desta terra — não podemos mais fingir que está tudo bem. Porque não está. A cidade está suja, com ruas esburacadas e mal iluminadas. Em muitas ruas, avenidas e bairros, estacas improvisadas alertam para buracos abertos há meses. As calçadas estão obstruídas, usadas como extensão de comércios ou interditadas por lixo e entulho. E, quando alguém ousa denunciar esse estado de abandono, surgem ataques — como se criticar fosse sinônimo de torcer contra.
Não é.
Queremos o melhor para Várzea Grande. Queremos uma cidade civilizada, com calçadas acessíveis, ruas organizadas, iluminação pública eficiente, coleta de lixo regular e água nas torneiras — todos os dias. Não pedimos luxo. Pedimos o básico. E será que isso é pedir demais?
A crítica que fazemos não é contra este ou aquele sobrenome. É contra a ineficiência de um sistema que, há anos, vem falhando com a população. A cidade que abracei há mais de duas décadas merece mais. Merece gestores comprometidos com as necessidades reais da população — e não preocupados apenas com articulações políticas-ideológicas, distribuição de cargos e manutenção do poder.
Várzea Grande precisa de mais arborização, de escolas dignas para nossas crianças, de professores valorizados, de uma saúde pública que funcione e de empregos que mantenham o cidadão aqui, sem precisar se deslocar diariamente para Cuiabá. A cidade que sonhamos é possível. Mas é preciso romper o ciclo da acomodação, do clientelismo e da politicagem barata do toma lá, dá cá.
Neste aniversário de 158 anos, o maior presente que Várzea Grande poderia receber seria o respeito de quem a governa — respeito traduzido em ações, em obras, em serviços públicos de qualidade. Não queremos discursos. Queremos dignidade. E isso só será possível se cada um de nós exigir, cobrar e, sobretudo, sonhar — com os pés no chão e os olhos no futuro.
Parabéns, Várzea Grande. Que os próximos anos tragam mais compromisso, mais coragem e mais verdade na construção da cidade que todos nós merecemos!
*Edina Araújo, jornalista e diretora do VGNOTICIAS
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