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MPF investiga HGU por possíveis deficiência em atendimento médico
O Hospital Geral Universitário (HGU) é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio de inquérito civil, por possíveis deficiências e irregularidades na realização de consultas médicas.
De acordo com denúncia realizada por morador, ele efetuou três vezes a marcação de consultas no HGU em 2015, mas não sendo atendido em nenhuma delas. O denunciante mencionou que os pacientes são orientados a chegar às 07 horas da manhã, mas os médicos só chegam às 10 horas para iniciar o atendimento.
“Menciona a possibilidade de o Hospital informar ao SUS que o atendimento foi realizado, quando não foi, o que pode caracterizar desvio de verbas federais”, diz trecho da denúncia extraído dos autos.
O morador citou ainda, que uma médica, que não sabe nominar, criaria problemas com o horário de chegadas dos pacientes. “Por fim, relata que a situação de esperar por horas e ao final não ser atendido está causando vários prejuízos à população”, diz outro trecho da denúncia.
O MPF com objetivo de instruir os autos, solicitou informações do Hospital Geral. A unidade em resposta disse tinha realizado o atendimento do paciente em quatro ocasiões, conforme registros médicos. Apontou que realiza cerca de 210 consultas por dia, sendo que para organizar a recepção, tem como regra o horário de chegada para as consultas da manhã no horário de 07 horas, momento em que são distribuídas as senhas com observância das prioridades legais.
Argumentou ainda, que os atendimentos são realizados pela equipe médica de acordo com o horário de chegada de cada paciente e ocorrem no período da manhã. “Assim como outros profissionais, médicos estão sujeitos a contratempos pessoais e urgências profissionais que podem levá-los a atrasos involuntários”, diz trechos das justificativas apresentadas pelo Hospital Geral.
No entanto, segundo o procurador da República, Cleber de Oliveira Tavares Neto, a resposta encaminhada pela direção do HGU não esclareceu as irregularidades noticiadas pelo representante. “Ao contrário, as informações de que são atendidas 210 pessoas por dia por ordem de chegada, todas no período da manhã, guarda coerência com os fatos trazidos pelo representante sobre a possibilidade de ocorrência de bagunça e tumulto no atendimento”, diz trecho extraído dos autos.
Além disso, o procurador cita que o sistema do Hospital acaba por prejudicar pessoas que moram em locais longínquos e que muitas vezes não conseguem chegar ao HGU antes das 07 horas da manhã para conseguirem uma senha e então serem atendidas.
Sobre o atraso de médicos, Tavares apontou que existe a necessidade de se averiguar com qual frequência ocorre tais “contratempos individuais e urgências profissionais que podem lavá-los a atrasos involuntários”.
Diante disso, encaminhou ofício ao HGU solicitando a quantidade de profissionais da área de saúde envolvidos no atendimento dos 210 pacientes (consultas médicas pelo SUS) atendidos no período da manhã; cópia da folha de ponto de todos os médicos que realizam o atendimento de consultas médicas pelo SUS, no período da manhã, referente os últimos 06 meses; encaminhe todos registros da Ouvidoria relacionados a deficiência no atendimentos e atrasos de médicos e profissionais de saúde, referente aos últimos 12 meses.
Além disso, Cleber de Oliveira Tavares Neto instaurou inquérito civil para apurar melhor os fatos denunciados.
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