Prefeito de Várzea Grande por três mandatos, governador do Estado por um mandato, e senador pelo período de 2007 a 2014, Jaime Campos (DEM), em entrevista à versão impressa do VG Notícias, referente a segunda quinzena de julho, fala de como foi voltar ao poder do município após 12 anos, por meio de sua esposa, prefeita Lucimar Campos, das conjecturas políticas para as eleições deste ano e do apoio do governador Pedro Taques (PSDB) para uma eventual reeleição de Lucimar. Confira na íntegra:
VG Notícias Impresso - A família do senhor ficou 12 anos longe do poder em Várzea Grande, retornando agora, em maio de 2015, por meio do mandato de sua esposa, prefeita Lucimar Campos (DEM). Nesta década, qual a avaliação do senhor sobre a cidade? Ficou parada no tempo ou houve alguns avanços?
Jaime Campos - Eu diria que a própria sociedade várzea-grandense percebeu que houve uma estagnação, não só na questão de infraestrutura da cidade, mas sobretudo na questão da própria economia, ou seja, não houve avanços nas obras de infraestrutura, nas ações sociais, nem na questão da economia. Isso, evidentemente, é penoso para o várzea-grandense, todavia, as coisas, aos poucos, com Lucimar como prefeita, estão voltando a retomada do crescimento, dos investimentos, das obras públicas, como também a própria economia do município de Várzea Grande, em que pese a situação nacional, não é uma das melhores, tendo em vista que até a economia tem demonstrado nesses últimos tempos inquieta, o próprio PIB nacional, mas Várzea Grande vem navegando em um patamar agora, permitindo que o próprio orçamento do ano sejam realizados acima daquilo que era esperado pela gestão da prefeita Lucimar, diante da receita do município. Mesmo com toda dificuldade estamos mantendo um ajuste fiscal permitindo compatibilizar receita e despesa. Não quero dizer que isso aí é mérito da Lucimar, mas sim, fruto de uma política pública que está sendo implantada no município de Várzea Grande, sobretudo em respeito ao tratamento da coisa pública, e daqueles que produzem e constroem a grandeza da cidade.
VGNI - O senhor acha que Várzea Grande está entrando nos eixos agora?
JC - Já entrou sim, isso posso te afirmar com muita convicção. Mesmo não participando da equipe, não sou secretário, não sou vereador, não sou vice-prefeito, mas como cidadão e colaborador da gestão de Lucimar, tenho percebido muito em clara evidência que a Prefeitura tem permitido honrar com os seus compromissos em dia e sobretudo, a retomada de seu crescimento e seus investimentos públicos, é algo hoje, entre recursos do PAC, recursos estaduais , do município, de emendas orçamentárias, mais ou menos Várzea Grande tem dotado algo na ordem de R$ 650 milhões de reais, para investimento nestes próximos dias.
VGNI - Como o senhor tem contribuído para a administração de sua esposa?
JC - Eu estou colaborando, evidentemente eu sou empresário, tenho minhas atividades particulares, mas há de convir comigo que não só eu, mas qualquer cidadão, que tiver esta pré-disposição de colaborar com a gestão de Lucimar será bem-vindo. Eu colaboro até porque eu me sinto na obrigação, pela vivência de quase 40 anos como companheiro de dona Lucimar e a expertise que eu tenho naturalmente de gestão, em termos de conhecimento. Colaborocom ela, para que ela tenha sucesso e sobretudo para que ela possa corresponder a expectativa e a confiança depositada pelo povo várzea-grandense.
VGNI - Qual a avaliação do senhor deste um ano e dois meses de mandato de Lucimar Campos?
JC - Eu poderia dizer que sou suspeito, todavia, sem falsa modéstia, eu acho que a Lucimar, notadamente, está indo muito bem. Você vê que Várzea Grande melhorou as coisas aqui, hoje os serviços públicos estão funcionando, talvez não a contento de 100% que nós gostaríamos, mas imagino que navega na faixa de 90%, é evidente que os serviços públicos de uma maneira geral no Brasil, tem suas deficiências, e sobretudo Várzea Grande, não podemos esquecer que o Poder Público é impotente para resolver as demandas reprimidas que existem, uma cidade com a dimensão como Várzea Grande, com quase 300 mil habitantes, em que a sua expansão territorial urbana permite ter 600 a 700 mil habitantes, então torna-se muitas vezes complicado, difícil para atender as demandas, sobretudo os serviços essenciais, que é da responsabilidade do município, alguns são constitucionais, como é o caso da Saúde, da Educação da Segurança e outros serviços que não são constitucionais, todavia são responsabilidade do Poder Público, desde o tapa-buraco até a coleta de lixo. Se percebe muito bem que melhorou sobremaneira o atendimento, tanto é que a cidade voltou agora a melhorar no aspecto até visual, em relação as ruas que estão sendo permitidas trafegarem, os serviços de iluminação pública, que talvez não seja um dos melhores, mas também melhorou bastante. Então, temos trabalhado. Há um esforço único da prefeita Lucimar e de sua equipe para procurar realmente fazer um trabalho para melhorar as condições de vida do povo várzea-grandense, sobretudo daqueles menos afortunados que dependem visceralmente da participação ativa e efetiva dos poderes constitucionais dessa cidade.
VGNI - Como cidadão várzea-grandense, o que esperar para o futuro?
JC - É obvio e evidente que torço e tenho a sensação e esperança que nós vamos ser uma grande cidade. Várzea Grande é uma cidade localizada na saída do portal da Amazônia brasileira, ela tem todas as condições de ser uma cidade boa de se morar e é uma cidade de vocação de prestação de serviços. Não temos vocação para pecuária,para agricultura que transformaria em um agronegócio, mas temos a vocação de ser um polo industrial através de investimentos privados, da indústria, das fabricas, dos comércios, das universidades, etc.. Nós podemos ser uma bela cidade, sobretudo com a implantação do Parque Tecnológico, que está assegurado pelo governo do Estado na pessoa de Pedro Taques, que está em fase bastante adiantado, já com a doação da área, já com os primeiros projetos feitos, em termos da possibilidade de este ano iniciar algumas obras, e sobretudo buscamos uma parceria com o setor privado, no sentido de transformar aqui em uma cidade moderna, que vai procurar investir em tecnologia e com isso Várzea Grande, inevitavelmente, eu tenho certeza que será uma bela cidade para se morar.
VGNI - Muito tem se falado da necessidade de renovação em Várzea Grande, de surgimento de novas lideranças. O senhor concorda? Acha que o novo é o melhor para o município?
JC - Eu defendo literalmente a renovação não só na política, mas também evidente em outros setores, que muitas vezes não está dando certo. Mas isso tem que ser de forma voluntária, para você ser um bom empresário não significa que eu tenho que te ensinar a ser um bom empresário, isso é uma dádiva que Deus dá, ninguém nasce empresário, você é empreendedor por natureza, não é porque você vai fazer uma faculdade que você vai ser um grande empresário, é o mesmo caso da política, a política tem que ter gente nova, renovando, particularmente eu tenho a sensação que a mulher brasileira tem que ser mais inserida na política. Nós temos um contingente de 51 % de mulheres no colégio eleitoral brasileiro e 49% homens, entretanto, nós temos uma diferença muito grande que 90% do político brasileiro é homem e apenas 10% mulheres, agora não seria de forma forçosa que você vai conseguir ter a mulher participando, cada um constrói o seu espaço, quando você indaga se tem que ter renovação, eu sou da tese que tem que ter, eu defendo a renovação. Política tem que ser democrática, com jovens, pessoas com idades mais avançadas, mulheres, homens, isso é um jogo que faz a democracia, isso é saudável, essa participação democrática traz oxigenação dentro do cenário político brasileiro, agora, não sou eu, nem você, sou incentivador, todos nós temos que incentivar, agora depende da boa vontade do cidadão em querer participar da política, não é apenas você incentivar, o cidadão também tem que querer participar da política, eu acho fantástico isso aí, e particularmente incentivo muito.
Então na visão do senhor tem que ter vocação para a política?
No mínimo tem que ter vocação, se não tem vocação é a mesma coisa mandar recado para quem você não conhece, já viu alguém ser bem sucedido semter vocação? Se você não tem vocação para ser um bom policial você nunca vai ser um bom policial, assim como para ser médico e qualquer outra profissão. Isso é uma dádiva que Deus dá para você. Eu não conheço escola para a política, não conheci e não conheço, isso é uma questão de fórum íntimo do cidadão, ele tem que saber o que ele quer, eu particularmente defendo a tese de que jovens participem da política brasileira.
Sobre as eleições municipais deste ano, Lucimar é candidata à reeleição?
A prefeita Lucimar vai solicitar ao presidente Gonçalo Almeida, para que ele convoque uma reunião com o partido e evidentemente, faça como se fosse uma oitiva, uma audiência pública, para saber se também tem outros pretensos candidatos. Estamos dando uma contribuição para a cidade, sem falsa modéstia, até pelo compromisso que temos com a cidade de Várzea Grande, na medida em que a dona Lucimar está fazendo um bom trabalho, não por interesses pessoais, mas, porque ela tem um compromisso como mãe, pois seus quatro filhos nasceram aqui, ela não é várzea-grandense, mas, tem um compromisso com Várzea Grande, que a abraçou como mãe, como primeira-dama por três mandatos, como primeira-dama do Estado de Mato Grosso e que Deus deu a ela, essa missão nobre, não só Deus como a Justiça deu, essa missão que é ser a gestora pública desta cidade, sobretudo com muita honradez e ela está dando a resposta de forma positiva. Agora, respondendo sua pergunta de forma direta, vamos nos reunir com o partido para definir ser terão outros nomes para a disputa. Definido isso, daí para frente vamos procurar novos aliados, já temos uma tratativa feita com o PTB com o PP e outros partidos, que a partir da conversa que nós tivermos na semana que vem com o partido, vamos procurar novos companheiros, novos aliados, sobretudo, uma política que vamos fazer de pé no chão, transparente, com ética e acima de tudo com pessoas que tenham compromisso com a nossa cidade. Quem não tiver, não vai participar, nós queremos pessoas que queiram participar de um projeto para o bem de Várzea Grande, com compromisso com o município, é obvio, nunca perder de vista aquela velha história, quem ajuda a ganhar participa conosco. Alguns partidos já se manifestaram e hoje se quiséssemos fazer uma coligação com dez partidos já temos cinco pessoas que nos dirigiu aguardando apenas a definição se a Lucimar sai a reeleição, é aquela velha história, os amigos põem você na política e os inimigos não te deixam sair, a tendência será essa, disputar por isso, é evidente. E aí vou ver, se o pessoal assimilou, gostou ou não gostou da gestão da dona Lucimar, uma coisa é certa, nós vamos fazer política, e aqueles que queiram estar conosco, terá que ter uma proposta de compromisso com Várzea Grande, não política de balcão de negócio, dá cá, leva lá, isso não vai existir, essas pessoas podem ter certeza que a Lucimar candidata não vai ter este tipo de composição com ninguém, nossa composição será em prol do bem de Várzea Grande.
Quanto ao apoio político do governador Pedro Taques, há essa conversação desde 2014?
O Pedro é meu amigo, votei nele, trabalhei por ele, e enquanto muitos hoje estão tentando cerceá-lo ou se cercar de Pedro, não o ajudaram, foram contra o Pedro, e é bom que se saiba disso aqui, porque eu acho que isso se chama mau caráter. Ele nunca fechou compromisso conosco, mas todavia, pela consideração que ele tem à nós e nós a ele, em nome dele esteve em minha residência o secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques, e veio afirmar que o governador Pedro Taques está fechado com a dona Lucimar 100%. Ele queria saber se a dona Lucimar é candidata de fato e direito eu disse para ele o seguinte, que ficasse à vontade, todavia que nós estamos estudando e na ordem de um a 100, a chance de Lucimar ser candidata é de 90%. Mas, informei a ele que eu ainda precisava conversar com o partido, para o partido dar essa autoridade, feito isso, o partido ainda vai fazer mais uma pesquisa para mostrar para ele que a dona Lucimar como candidata tem reais condições.Sei e respeito que ele tem um partido político, que é o PSDB, que até poderá caminhar junto conosco, respeito ali no PSDB o provável candidato William Cardoso e neste caso, se der tudo certo, o Pedro vai marchar conosco aqui em Várzea Grande, um apoio voluntário, pois ele reconhece quem foi o verdadeiro companheiro dele aqui em Várzea Grande, foi Jaime e Lucimar Campos.O Pedro é uma pessoa que respeita os seus companheiros e o Paulo me disse que o Pedro vai respeitar aqueles que verdadeiramente ajudaram ele nas eleições de 2014 e neste caso, particularmente, ele apoiaria a dona Lucimar na cidade. Fiquei grato à lealdade dele, e espero que possamos caminhar juntos, não só agora mas em outras oportunidades e eventuais embates eleitorais em Mato Grosso.Então, respondendo a sua pergunta, está garantido o apoio dele à provável reeleição de Lucimar.
O senhor pretende retornar a política como candidato?
Hoje não. Confesso para você que não tenho nenhuma pretensão, evidentemente que isso aí é o momento que diz, hoje o meu interesse é ajudar Lucimar, no momento certo vamos discutir, porque as eleições que eventualmente poderia disputar seria 2018. Em 2018 vamos voltar a discutir sobre isso, dentro de um cenário que eventualmente estaria colocado, dentro do contexto político de Mato Grosso.
Qual a diferença de quando o senhor foi prefeito e agora na gestão de sua esposa, o que mudou?
As coisas mudaram, 12 anos, até o envelhecimento com 12 anos dá bem para perceber. Então, mudaram as coisas, a própria política, as restrições, acho que o prefeito na atual conjectura perdeu muito seu poder discricionário que havia no passado. Hoje temos a Lei de Responsabilidade Fiscal, que é uma lei moderna, tem que ser aplicada em sua plenitude, para buscar o equilíbrio da receita e despesa. Na minha visão, o que acontece é que houve nos últimos anos, uma grande transferência da incumbência do governo Federal que era as políticas públicas que deveriam ser efetuados repasses para os municípios, todavia, não foram feitos os repasses, hoje a grande concentração da receita tributária fica com o governo federal e pouco, quase nada na mão dos pobres municípios brasileiros, onde concentra os verdadeiros problemas. O cidadão não mora no Palácio do Planalto, não mora nos Ministérios, o cidadão mora nos municípios brasileiros, então há uma grande mudança, ninguém pode desmerecer isso aí, há realmente uma série de restrição, em relação as políticas públicas, umas melhoraram, outras pioraram.
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É um prazer muito grande falar, por meio de vocês aqui do VG Notícias. Minha mensagem, como cidadão que nasceu aqui, se criou aqui, e mora aqui é de esperança, de melhores dias, que nós tenhamos uma cidade boa, digna e cheirosa para se morar. Que toda a população, desde uma jovem a uma senhora, possa ter oportunidade, que tenha orgulho de morar aqui em Várzea Grande. Para tanto, tenho certeza que precisamos construir, de forma de mão dupla, entre o conjunto, não só dos poderes, mas certamente com a participação efetiva de toda uma sociedade civil organizada. Eu sou muito otimista e acredito que Várzea Grande tem tudo para ser uma bela cidade para se morar.
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