Cerca de 100 profissionais da Educação de Várzea Grande protestaram na manhã desta quarta-feira (30.08) em frente à Prefeitura Municipal, para cobrar a revisão salarial, recontratação de zeladores, e melhorias estruturais nas unidades educacionais.
Segundo a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Várzea Grande (Sintep/VG), Leliane Cristina Borges, a prefeita Lucimar Campos (DEM) continua descumprindo o acordo firmado na Justiça, em 2016, e até o momento não apresentou a revisão do enquadramento, horas atividades para professores, férias, licenças prêmios, entre outros.
Conforme ela, além de não cumprir com o acordo, a democrata deixou de comparecer em duas audiências agendadas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT) com a categoria, uma no dia 09 de abril e outra no último dia 15.
“A categoria reivindica ainda, que a prefeita estenda o reajuste de 7,64% - concedido aos professores – para todos os servidores da Educação. Os funcionários estão há 31 meses sem receber reajuste salarial”, declarou a vice-presidente.
Conforme ela, a “comunidade escolar” sofre com as péssimas condições estruturais, e destaca a precariedade de banheiros e salas de aula das escolas Napoleão José da Costa (no bairro Jardim Marajoara II) e Honorato Pedroso de Barros (bairro Água Vermelha).
“Essas escolas necessitam de reformas urgentes. Além disso, tem escolas que a prefeita reformou há alguns meses e já estão com problemas, como Benedita Bernardina Curvo, no bairro Nova Ipê. Isso demonstra que foi realizado uma reforma sem qualidade nenhuma”, disse Leliane.
A categoria cobra ainda, a volta dos “zeladoras” nas escolas. Segundo a vice-presidente do Sintep/VG sem estes profissionais as unidades escolares passaram a ser “alvos” de assaltantes constantemente. “Na última segunda-feira (28.08) uma professora da CMEI Nossa Senhora da Guia, no Jardim Marajoara, teve um carro roubado. A insegurança é total”, denunciou a sindicalista.
Ameaça – Ao oticias Leliane Cristina Borges denunciou que o secretário municipal de Educação, Sílvio Fidelis, ameaçou demitir os servidores contratados que participassem do protesto realizado na manhã de hoje.
“Os diretores foram chamados na Secretaria Municipal de Educação nessa terça-feira (29.08). Na Secretaria, o senhor secretário disse que não era para as escolas paralisarem, e que o servidor contratado que participasse do protesto de hoje seria demitido”, denunciou a vice-presidente do Sintep/VG.
Outro lado - O secretário de Comunicação do município, Marcos Lemos, disse ao oticias que a Prefeitura em nenhum momento fechou as portas para negociação, e que a prefeita Lucimar Campos trabalha para conceder melhorias salarias para todos os servidores.
“Foi a categoria que levantou da última audiência de conciliação no Tribunal de Justiça. Eles estão com os salários em dia, sendo que amanhã será pago o salário do mês de agosto. Já concedemos aumento salarial para os professores, inclusive, categoria tem um salário maior do que é praticado pelo governo Federal e pela maioria dos Estados e municípios”, disse o secretário.
Lemos declarou que Prefeitura criou uma Comissão de Negociação, e que ela está aberta a dialogar com os profissionais da Educação para tratar sobre qualquer pauta de reivindicação, e lembrou que o município realiza ainda este ano um concurso público para contratação de servidores, entre eles o setor da Educação.
Quanto a possível ameaça sofrida pelos servidores contratados, Marcos declarou que é direito das crianças em terem acesso à educação e que a Prefeitura fará com que seja cumprido esse direito. "Seu direito termina, quando começa o direito dos outros, tem que se respeitar o direito da criança e da comunidade" disse.