Vinte nove anos após fugir em um jatinho, dando uma banana para o país, em “Vale tudo”, Reginaldo Faria volta a protagonizar cena parecida nos momentos finais de “Pega pega”. Para evitar que Lígia (Ângela Vieira) seja presa pela morte de Mirella (Marina Rigueira), Athaíde tenta fugir com ela em um avião particular. O mesmo motivo que levou seu antigo personagem, Marco Aurélio, a sumir com a mulher, Leila (Cássia Kiss), a assassina de Odete Roitman (Beatriz Segal).
— Isso me pegou de surpresa, não esperava que ela (Claudia Souto, a autora) fosse fazer. Achei ótimo! Essa alusão a “Vale tudo” é uma homenagem não só para nós que trabalhamos na novela, mas a Gilberto Braga, o autor desse imenso sucesso. Altamente gratificante — comemora.
Só que dessa vez o personagem de Reginaldo vai se dar mal. A polícia intercepta o jatinho, levando Athaíde e Lígia presos. O ex-desembargador é acusado de venda de sentenças judiciais. O desfecho do corrupto, segundo o ator, é a cara do Brasil atual.
— Acho fantástico, porque imprime o que está acontecendo. Só espero que não soltem rápido o personagem — torce o ator, constatando que, agora, as informações sobre o que ocorre são maiores do que há quase 30 anos: — A tecnologia também avançou nesse caminho e a informação é importante para dar consciência ao povo, que talvez não tivesse como gritar naquela época.
Realista, o veterano afirma que o cenário, 29 anos depois do que foi denunciado em “Vale tudo”, “não é motivo de alegria para ninguém”.
— As coisas não melhoraram, tivemos a ilusão de que sim. O Brasil, na verdade, é a República dos bananas. (Os políticos) tiveram nas mãos a possibilidade de governar esse país honestamente e não o fizeram, desprezaram, só roubaram. Não amaram a nação, a pátria, o que conquistamos. Eles é que são os bananas.
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