A professora de teatro Jacqueline Laurent-Anger, de 73 anos, foi demitida pela escola Jean-de-Brébeuf, um colégio jesuíta do Canadá, depois que alguns alunos descobriram na internet cenas de filmes eróticos que ela estrelou no início dos anos 70. Jacqueline trabalhou na escola durante 15 anos até ser demitida em julho. O caso provocou uma forte repercussão em Montreal, onde ela leciona, e levou a direção do colégio a reconsiderar a decisão e convidar Jacqueline a voltar a dar aulas.
Jacqueline iniciou sua carreira artísitca em 1969, e participou de filmes como "The Secret Diary of a Nymphomaniac” (Diário secreto de uma ninfomaníaca, em tradução livre), “Swedish Sex Games” (Jogos sexuais suecos), “For Men Only” (Só para homens) and “Hot and Naked" (Quente e nua). Sua filmografia pode ser encontrada nos sites especializados em cinema. Seu último filme foi em 1978.
"Eu fiz esses filmes como uma jovem atriz para conseguir um pouco de dinheiro", disse ela em entrevista ao jornal Globe and Mail publicada na segunda-feira (21). "A ideia de mandar embora alguém por algo que fez há quase 50 anos é idiota. Isso me deixa com muita raiva. "
Depois da vida como atriz, ela estudou teatro na Escola Nacional de Teatro do Canadá e se formou na Universitdade de Québec.
O diretor da escola alegou que "a internet trouxe de volta a parte erótica da carreira da Sra. Laurent-Anger para o presente", e que "a descoberta dos filmes da professora por parte dos alunos afera a atmosfera da aula, por isso decidimos não renovar o seu contrato".
O caso teve uma grande repercussão. Uma petição pública na internet foi feita para que a professora fosse readmitida. "Os filmes fazem parte do passado da vida particular da professora. Não há evidências de que isso interfere sua capacidade de ensino. Além disso, ela foi contratada há 15 anos pela escola e até então seu passado nunca foi um empecílio para ela lecionar", diz a petição.
A repercussão negativa da demissão levou a direção do colégio a mudar de ideia e convidar a professora a voltar a lecionar. Em nota, a escola afirma que "a direção tomou todas as considerações feitas até agora e reconhece que a questão poderia ter sido tratada de forma diferente".
Segundo a escola, a professora só poderá se reunir para discutir a questão na semana que vem. Paralelamente a este processo, a direção do colégio planeja lançar um site para discutir temas como sexualidade, plataformas digitais e redes sociais em ambientes educacionais.
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