Allison Marchese, de 39 anos, ex-professora de uma escola secundária norte-americana, a Daniel Hand High School, em Madison, no Estado de Connecticut (EUA), vai passar os próximos três anos na cadeia após ser considerada culpada por crimes sexuais com alunos menores de idade. A sentença foi concluída na última sexta-feira (03). O caso é cabeludo e dá o que falar desde 2014.
Desde então, Allison vive no olho do furação. Há três anos, quando o escândalo veio à tona, a vida virou do avesso. Casada na época e mãe de um garotinho, a docente transou com um adolescente em plena sala de aula e mandou fotos nuas para um amigo dele. Um deles tem 17 anos e o outro, 15.
Tudo começou com cantadas enviadas por mensagens de textos por celular e nas redes sociais. Ela chamava os estudantes, que não tiveram as identidades reveladas, para sair.
Allison acabou conseguindo ficar sozinha com o aluno de 17 anos. Segundo esse estudante, Allison "o atraiu" até a sala de aula e, em seguida, trancou o lugar. Fechou então as cortinas e "foi para cima" do adolescente.
Allison fez sexo com o garoto e, depois, tirou esta e outras selfies desinibidas, depois enviadas a ele e ao amigo. O ato sexual e os nudes foram feitos nesta sala de aula da escola.
"Ela tirou o sutiã e a calcinha e me agarrou", contou o jovem. "Foi uma relação consentida".
Mas, dias depois, Allison começou a ameaçar o aluno. O rapaz tinha dito a ela que não queria continuar o caso. Aliison se enfureceu e passou a chantagear o estudante. Chegou a oferecer dinheiro para que ele ficasse calado sobre a relação. "Ela me ofereceu R$ 800", contou o aluno
Ele não aceitou a proposta mercenária. Allison mudou o dicurso: disse então que o estudante sofreria represálias na escola se denunciasse tudo. Allison insistiu: afirmou também que conhecia "gente com poder" que poderia tirá-lo do time de futebol da escola, onde o rapaz atuava.
A estratégia ameaçadora dela não surtiu efeito. O aluno contou o caso aos diretores da escola e aos pais dele. Foi quando a professora acabou denunciada à polícia. O aluno mostrou a foto acima e outras tiradas no dia em que transou com ela, além de revelar as mensagens enviadas por Allison.
A professora foi então investigada. Allison acabou presa e solta, em seguida, sob pagamento de fiança. O valor foi altíssimo: cerca de R$ 400 mil.
A defesa dela alegou que Allison mandou as fotos nuas para o aluno por engano. A professora queria enviar as imagens, explicaram seus advogados, para o marido dela. Ela negou que tivesse transado. O marido informou que não costumava receber esse tipo de imagem da mulher.
O marido dela, Robert Marchese, de 39 anos, trabalhava na mesma escola que a professora. Ele também fazia parte do departamento de inglês em que ela trabalhava.
Robert só descobriu o caso quando a notícia ganhou destaque na imprensa americana. Ele então discutiu com a mulher. Allison contou que foi um caso "sem importância" e que fez "apenas sexo oral nele". Robert pediu o divórcio e ainda entregou à polícia uma gravação que fez dela confessando os crimes pra ele.
Allison dava aula nesse colégio desde 2003 e tinha um filho com Robert. O caso com aluno começou em dezembro de 2014 e a prisão, em fevereiro de 2015. A professora participou de audiências em tribunais da cidade e se declarou inocente.
A polícia interrogou os alunos e amigos dos estudantes de 17 e 15 anos. Todos confirmaram a história. Teve ainda outro estudante, de 14 anos, que revelou a polícia que recebia cantadas e convites da professora para sair. Segundo a polícia, ela vivia cantando esse outro garoto.
Ao aluno de 15 anos, Allison chegou a dizer que "não conseguia se concentrar no trabalho porque o achava muito atraente e estava afim dele".
Alunos entrevistados por canais de TV americana disseram que nunca suspeitaram de nada da professora e que só souberam que ela cantava alunos por meio de boatos. "Ela era considerada uma boa e respeitada professora de ensino médio", contou uma estudante.
"Era uma boa professora", disse outra estudante. "Mas nos últimos meses era alvo de rumores a respeito de seu comportamento. Achavam que ela dava em cima de alunos da escola", completou.
Allison já tinha levado prêmio por prestar bons serviços à escola. Mas a reputação dela ruiu após as denúncias. Agora ainda mais. Após ser declarada culpada, o seu nome passar a constar nas listas de agressores sexuais durante dez anos.
Ao decretar a sentença de três anos, a juíza Melanie Cradle disse: "Como professora, você ocupava uma posição de confiança. As vítimas eram adolescentes e você a professora delas; alguém com a nobre missão de moldar vidas e valores. Um dom que deveria ter levado mais a sério".
Caso Allison não tivesse feito um acordo, a pena poderia ser pior: 20 anos. Além do tempo de xadrez, a pena inclui alguns anos sob liberdade condicional. Também ficou estritamente proibida de tentar qualquer tipo de contato com as vítimas.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).