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Variedades Quarta-feira, 23 de Setembro de 2015, 08:43 - A | A

Quarta-feira, 23 de Setembro de 2015, 08h:43 - A | A

Neto usa baú de furgão para levar avó a hospital após recusa de ambulância

Empresas alegam que HC-UE retém macas de ambulâncias; hospital nega

G1.com

Um empresário usou o baú de seu furgão para que sua avó de 83 anos não perdesse exames na perna marcados para esta terça-feira (22) na unidade de emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE) de Ribeirão Preto (SP).

André Coelho Baricali, de 33 anos, recorreu ao compartimento quente e sem ventilação do próprio veículo depois de não conseguir com que Amélia Chinarelo Baricali fosse levada pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) ou por ambulâncias particulares.

Alegando que o Samu só realizaria o transporte com agendamento prévio para casos que não são de urgência e emergência, ele tentou contratar uma empresa, mas, segundo ele, todas as contatadas recusaram o serviço, sob a justificativa de que o HC-UE retém macas usadas pelos pacientes nas ambulâncias.

"A gente não poderia perder o exame e ninguém dava uma posição. Foi o único jeito que a gente encontrou de fazer essa remoção", afirma o empresário, que gravou um vídeo mostrando o sofrimento da idosa a caminho do hospital.

A Prefeitura confirmou que o setor de remoção do Samu atua com agendamento, mas que, para esta terça-feira, todos os horários já estavam preenchidos.

Em nota, o Hospital das Clínicas comunicou que só retém vagas quando não há disponibilidade de leitos no interior da unidade, o que não se aplicava no caso da paciente.

Desespero

Baricali relata que sua avó, com problemas na perna direita, tinha uma tomografia marcada para esta terça-feira. A família contratou um serviço particular para levá-la ao Hospital das Clínicas localizado dentro do campus da USP, mas somente ao chegar ao local se deu conta de que o exame deveria ser feito no HC-UE.

Por volta de 9h30, o empresário, que não tinha acompanhado a avó na primeira viagem, soube por telefone pela mãe que não havia como transferi-la até a unidade do Centro.

Na sequência, ele diz ter ligado primeiro ao Samu, mas logo foi informado que o transporte deveria ter sido agendado com antecedência. Ao tentar contratar uma ambulância particular, Baricali conta que só ouviu recusas. Em todas as ligações, as empresas diziam que não faziam o serviço porque o HC-UE tem o hábito de segurar por determinado tempo as macas usadas para o traslado dos pacientes.

Diante da reportagem da EPTV, ele ligou para uma dessas empresas, que confirmou a recusa.

Sem alternativa, ele pegou um furgão que usa em seu trabalho, pediu um colchão emprestado a um amigo e foi buscar Amélia às 10h30. Enquanto seu pai conduzia o veículo, ele ia atrás com sua avó, em um percurso que durou cerca de 30 minutos de muito calor e desconforto para Amélia no compartimento impróprio para seu transporte e sem qualquer saída de ar.

"A gente se sente o pior ser humano possível. Dignidade, nenhuma. Pago meus impostos e na hora que a gente precisa de um atendimento público a gente não recebe nenhum, nem no particular. Foi a pior sensação possível, fora o calor", reclamou.

Após ser submetida ao exame, a paciente foi levada de ambulância particular para casa e passa bem, diz seu neto. Fica, entretanto, a preocupação para a necessidade de uma nova consulta.
"A gente vai tentar o [transporte] particular todo o tempo. Não vamos tentar pelo público mais, mas se tiver esse problema também ter que remove-la para o Hospital das Clínicas e ninguém fazer como fica?", questiona.

Prefeitura

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o setor de remoção do Samu atua com agendamentos para pacientes acamados e que nesta terça-feira todos os horários já estavam preenchidos. Ressaltou também que, como a consulta da paciente foi antecipada pelo hospital, não foi possível atender de última hora.

Hospital das Clínicas

A assessoria de imprensa do HC comunicou que há três meses não há reclamações sobre retenção de macas e que a unidade adquiriu 20 peças adequadas para a permanência dos pacientes, reduzindo o problema.

No entanto, o hospital informou que, em alguns casos, a maca é retida quando o paciente é encaminhado pelo sistema "vaga-zero", quando todas as outras estão em uso, até que um leito seja liberado.

A instituição hospitalar alegou que, diferente do informado pela família de Amélia, o HC contatou várias empresas prestadoras do serviço de ambulância e que nenhuma narrou qualquer problema em relação a retenção de macas.

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