O advogado Renato Nery, assassinado a tiros em 05 de julho de 2024, em frente ao seu escritório na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, confessou a uma pessoa, cuja identidade não foi revelada, que estava sendo ameaçado de morte. No entanto, ele não acreditava que o crime realmente aconteceria, se baseando no caso do assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em 2023, também na Capital.
A informação foi confirmada pelo delegado Bruno Abreu, em entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (12.05). Segundo Abreu, a revelação de Renato teria ocorrido dias antes de sua morte. "Renato achava que, após o assassinato de Zampieri, ninguém teria coragem de matar outro advogado. Não sabemos de outras ameaças, apenas essa que ele compartilhou, que foi feita dias antes do fato ocorrer", explicou o delegado.
Quando questionado se os mandantes do assassinato de Renato teriam se inspirado no caso de Zampieri, o delegado descartou essa possibilidade, afirmando que não há evidências que vinculem Nery a atos de corrupção. Não foram encontradas informações no telefone de Renato que sugerissem qualquer relação com atividades ilícitas.
Em relação às investigações envolvendo o advogado Antônio João de Carvalho Júnior, que foi representado por Nery em um caso de disputa de terras em Novo São Joaquim (a 493 km de Cuiabá), o delegado se limitou a afirmar que as identidades das pessoas ainda sob investigação serão mantidas em sigilo.
Renato Nery foi atingido por sete disparos de arma de fogo, chegou a ser socorrido com vida, não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.
Caseiro e PM são indiciados
A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na sexta-feira (09), a primeira etapa do inquérito que apura o homicídio do advogado Renato Nery. A investigação identificou que o caseiro de uma chácara em Várzea Grande, Alex Roberto de Queiroz Silva e o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, como envolvidos diretamente na execução do crime, com detalhamento específico da atuação de cada um deles.
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Casal apontando como mandante está preso
A empresária Julinere Goulart Bentos — presa como uma das mandantes do crime — já esperava pela prisão e decidiu colaborar com as investigações. “A Julinere já estava esperando. Quando cumprimos a medida cautelar referente à tornozeleira eletrônica, ela já sabia que poderia ser presa. Então, quando chegamos lá, a empregada a chamou, e nós conversamos bastante”, explicou o delegado.
Já o empresário César Jorge Sechi — também apontado como mandante do crime — demonstrou tranquilidade e reagiu com ironia à prisão.
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