Com parte do dinheiro que recebeu pela venda fraudulenta de um terreno de R$ 7 milhões ao governo do Estado, o médico Filinto Correa da Costa aplicou R$ 1,5 milhão desviado do Estado de Mato Grosso em favor de um seguro previdência administrado pela Brasilprev Seguros e Previdência S.A.
De acordo com trecho da denúncia criminal formulada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e encaminhada à Justiça, essa foi uma das estratégias de Filinto Correa da Costa para ocultar e dissimular a natureza e origem ilícita do dinheiro.
Em 10 de março de 2015, Filinto resgatou o dinheiro aplicado permanecendo com a quantia em espécie para recolocá-la no sistema financeiro. Três dias depois, o médico depositou R$ 150 mil do dinheiro desviado no mesmo seguro previdência com o intuito de gerar rendimentos.
A denúncia cita ainda que houve dois depósitos em suas contas bancárias que totalizam o montante de R$ 7 milhões, exatamente a quantia que foi paga pelo Estado na aquisição fraudulenta do terreno. Posteriormente, repassou determinadas quantias em cheques a outros acusados como o seu filho e advogado João Celestino Correa da Costa e ao procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o "Chico Lima".
“Desta forma, Filinto logrou êxito em manter o dinheiro desvinculado de sua origem e natureza espúria, já que outrora dinheiro em conta bancária transmutou-se em aplicação financeira, bem como em colocar o proveito do crime a salvo do controle e da fiscalização das autoridades competentes”, completa a denúncia.
No total, a segunda etapa da Operação Seven culminou numa denuncia conta 13 pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e organização criminosa no desdobramento das investigações da “Operação Seven”, que apurou desvios de R$ 7 milhões dos cofres públicos. A denúncia foi encaminhada no último dia 20 a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, que analisa se acata o pedido dos promotores.
Entre os denunciados estão os ex-secretários de Fazenda, Marcel de Cursi, e da Casa Civil, Pedro Nadaf, e os presidentes do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, e Metamat (Companhia Matogrossense de Mineração), João Justino Paes de Barros. O médico Filinto Correa da Costa, beneficiário direto do dinheiro desviado, e seus filhos, Filinto da Costa Junior e João Celestino Correa da Costa, assim como o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, também estão entre os denunciados.
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