Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado, nesta quarta-feira (23.04), no âmbito de um dos inquéritos em que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A intimação foi entregue por uma oficial de Justiça. A entrega da intimação foi registrada em vídeo pela equipe do ex-presidente, com duração de cerca de 11 minutos.
Ao ser informado sobre o conteúdo da intimação — que estabelece o prazo de cinco dias para apresentação de defesa — Bolsonaro demonstrou incômodo com a presença da servidora na unidade hospitalar. “A senhora tem ciência que está dentro de uma sala de UTI?”, questionou. Em seguida, solicitou o nome do ministro responsável pela ordem judicial. Ao ser informado de que se tratava do ministro Alexandre de Moraes, respondeu: “Então, ministro Alexandre de Moraes”.
Durante a gravação, Bolsonaro mencionou o atentado a faca que sofreu em 2018, relatou ter passado recentemente por um procedimento invasivo e considerou que o momento da intimação foi inadequado. Ainda assim, assinou o documento. “Poderia assinar mais tarde, sem problema. Mas, como a senhora insistiu, não vou me furtar”, declarou.
Durante o vídeo, ele criticou a condução do processo: “O inquérito dura seis anos. Vai durar mais 10? Mais 20? Tudo é segredo ou secreto”, afirmou, se referindo às limitações de acesso aos autos.
O ex-presidente também mencionou o sistema eleitoral e rememorou desentendimentos anteriores com o STF, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes. “O relator quer me prender. Quer me condenar. Alguém tem dúvida disso?”, declarou.
A oficial de Justiça afirmou ter cumprido o mandado judicial de acordo com os protocolos estabelecidos, após consulta prévia à equipe médica e ao setor jurídico do hospital. “Eu sou a plantonista do dia e cumpri uma determinação judicial”, disse durante a gravação.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).