Recebi, na noite desta sexta-feira (23.02), uma ligação de um colega da imprensa (que por questões éticas não irei mencionar seu nome), o qual solicitou que eu me abstivesse de publicar matérias referentes à primeira-dama do Estado de Mato Grosso, Virgínia Mendes, em seu grupo, no aplicativo WhatsApp. Justificou sua solicitação citando pressões exercidas por indivíduos não identificados, que o alertaram que o veículo de comunicação do qual é sócio poderia ter consequências negativas, incluindo a perda de mídia, caso conteúdos sobre a Sra. Mendes continuassem sendo publicados em seu grupo. Apesar de destacar o caráter democrático de seu grupo de mídia, reiterou o pedido de não divulgação de críticas à primeira-dama.
Respeitando a preocupação desse colega, temeroso de perder mídia do governo do Estado e, reconhecendo a legitimidade de sua inquietação, decidi me retirar do grupo. Importante ressaltar que, ao ser adicionada ao grupo, minha concordância não foi solicitada, tampouco me foram apresentadas as diretrizes de sua política editorial. Assim, desconhecia a restrição contra a publicação de matérias envolvendo a senhora Mendes.
Este incidente reflete os desafios enfrentados pela imprensa em Mato Grosso, simbolizando um momento adverso para a liberdade de expressão e a ética jornalística. Revela a intensificação da pressão sobre os profissionais da mídia, o que ameaça a independência e a objetividade, fundamentais para o exercício jornalístico. Chegamos ao ponto em que a preocupação com a perda de apoio governamental, financiado por recursos públicos, é uma realidade alarmante em Mato Grosso.
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