“A decisão soberana do Parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma conquista do Estado Democrático de Direito, da força das instituições e da própria Constituição”, disse o presidente da República, Michel Temer (PMDB), em seu discurso pós vitória na Câmara Federal, onde por 263 votos a 227, em sessão dessa quarta (02.08), o Plenário rejeitou a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir processo criminal contra ele, por crime de corrupção passiva. A maioria do Plenário seguiu parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa, assinado pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
O presidente é acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter recebido R$ 500 mil do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS e outras empresas, por meio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, então assessor especial de Temer.
No pronunciamento, Temer destaca que “a Câmara dos Deputados se manifestou de forma clara e incontestável”. Segundo ele, o poder da autoridade emana da lei. “Extrapolar o que a Constituição determina é violar a democracia. Todos devem - vou dizer o óbvio - obedecer à lei e à Constituição. São os princípios do Direito que nos garantem a normalidade nas relações pessoais ou institucionais. Hoje, esses princípios venceram com votos acima da maioria absoluta na Câmara dos Deputados” argumentou.
Ainda, disse que diante da decisão, ele poderá seguir em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que o seu governo começou. “Convenhamos, há pouco mais de um ano. Estamos retirando o Brasil da mais grave crise econômica de nossa história. Embora seja repetitivo, eu digo que é urgente colocar o País nos trilhos do crescimento, da geração de empregos, da modernização e da justiça social” ressaltou, e afirmou que não parou um minuto sequer desde 12 de maio de 2016, quando assumiu o governo. “E não descansarei até 31 de dezembro de 2018, quando encerrarei o governo” concluiu.
Segundo o discurso do presidente, ele recebeu o Brasil com milhões de desempregados como herança do passado, e foi em sua gestão, diante da sua dedicação, conforme ele, que foram criados novos empregos.
Temer “pregou” a paz e disse que é preciso acabar com os muros que separam os brasileiros e os tornam menores. “É hora de atravessarmos juntos a ponte que nos conduzirá ao grande futuro que o Brasil merece. E a hora é de investir e acreditar no potencial do nosso País. O Brasil está pronto para crescer ainda mais e o crescimento que começou, virá. Aqueles que tentam dividir os brasileiros, erram. Isso eu digo sem medo de errar” ressaltou.
Ao finalizar o seu discurso, Temer agradeceu à Câmara dos Deputados pela decisão.