por Rodrigo Araújo*
A implantação de pedágios nas rodovias federais geralmente significa melhorias, redução de acidentes, redução no tempo de deslocamento, enfim, inúmeros benefícios que compensam a cobrança e minimiza a revolta dos cidadãos que são achacados diariamente com impostos e taxas sem a devida contraprestação do Estado.
Em Mato Grosso, infelizmente a situação é totalmente diferente.
As rodovias federais pedagiadas, BR 163 e 364 estão cada dia pior. A concessionária não tapa os buracos, não promove a sinalização, tampouco apara o mato à beira da rodovia que impede que os motoristas visualizem as poucas placas que ainda existem.
No trecho entre Cuiabá e Rondonópolis são três praças de pedágios, as quais a concessionária não coloca sequer funcionários suficientes para atender os motoristas, formando longos congestionamentos, uma verdadeira afronta à sociedade.
E o pior, as obras estão paralisadas. Não existem máquinas trabalhando e os trechos que foram liberados já apresentam fissuras enormes, o que aparentemente causa preocupação, pois, mais uma vez estamos pagando sem nenhuma contraprestação.
A existência de carros da concessionária e guinchos circulando, por si só não são suficientes para compensar os valores desembolsados pelo cidadão, lembrando que o trecho é o principal corredor para o escoamento da produção do Estado, que é o maior em exportação de grãos.
É inadmissível que famílias sejam vítimas de acidente e punidas em virtude da inércia do Poder Publico, que certamente tem conhecimento da situação caótica, contudo, em um país em que a corrupção se institucionalizou, não causaria surpresa se alguém está sendo beneficiado em virtude da “cegueira momentânea”.
Entendo que a sociedade e os empresários devem se mobilizar e buscar mecanismos para compelir o Poder Público e a concessionária a tomarem providências imediatamente, pois a demora agravará ainda mais a situação e os prejuízos serão imensuráveis, pois vidas estão em risco diariamente.
As obras da copa do mundo, e principalmente do Veículo Leve Sobre Trilhos já demonstraram que o silêncio da sociedade não é o melhor caminho e bradar depois das tragédias anunciadas serem consumadas é um ato de covardia.
*Rodrigo Araújo é advogado e conselheiro da OAB/MT
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