"Bolsonaro tem defeito? Tem! E quem não tem?", essa foi a declaração do governador Mauro Mendes (União) ao defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), durante reunião do Comitê Suprapartidário, em Cuiabá. Mauro afirmou que espera mostrar a verdade e a qualidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) nestes 17 dias que faltam para o segundo turno das eleições. Até o dia 30 de outubro, os aliados esperam mostrar que o país está num momento mais positivo a caminho de recuperar sua economia, porém, caso haja mudança, esse crescimento poderá desacelerar.
“O país está começando a acelerar, a geração de emprego é positiva, a inflação está aparentemente sob controle. Existem indicadores positivos. É como se o Brasil estive passando no meio de um atoleiro e não é hora de parar o carro no meio do atoleiro para trocar de motorista, para subir gente, descer gente, porque aí atola mais. E as consequências de um aprofundamento da crise pode ser dramática para todo mundo”, avaliou o governador.
Os Estados Unidos está entrando em recessão, a Europa começa a também entrar em recessão e isso deve contaminar a economia mundial. Diferente disso, nosso país está começando a acelerar
O governador também criticou a preferência do ex-presidente Lula entre os eleitores brasileiros, considerando que o petista, mesmo sob ataques, venceu o primeiro turno com 48,4% dos votos, enquanto Bolsonaro obteve 43,2%. Sobre a questão, Mauro lamentou que o cidadão brasileiro não considera os valores éticos e morais na hora da tomada da decisão.
“Vi pessoas com profundo histórico ligado a desvios éticos, problemas de corrupção serem eleitos no Brasil inteiro, então, eu também acho que essa coisa de ficar batendo, isso não tem funcionado no Brasil. Pelo menos uma parte da população tende a negligenciar, a relevar isso como se não fosse um valor importante para se ter alguém cuidando do dinheiro público, da administração pública”, disse Mendes.
Ao avaliar que Lula se destacou a partir de 2003 por governar com “bonança”, Mauro afirmou não ser o momento do brasileiro dar oportunidade a esquerda. Ele comparou o resultado de outros países governados pelo modelo, citando Venezuela, Bolívia e Argentina. Segundo ele, esse modelo de intervenção do Estado deu errado. Mauro, ainda, citou que China - que é comunista - encontrou seu grande modelo de crescimento aplicando a livre iniciativa de mercado.
O Estado tem que ser um Estado necessário, em alguns momentos ele tem que intervir? Tem que intervir, ele tem que promover equilíbrio, fazer com que as políticas públicas aconteçam a partir da livre iniciativa
“Não é o momento de uma forte quinada à esquerda, porque isso pode trazer consequências. Quando Lula foi presidente lá em 2003, ele pegou um país, uma economia mundial em forte ascensão, o Brasil pegou o rabo do cometa, a economia mundial teve uma das maiores janelas de crescimento registradas. Era céu de brigadeiro. Agora, vamos atravessar um momento de grande dificuldade e é nesse momento que você separa os homens dos meninos, daqueles que tem competência, sabe tomar as decisões corretas ou daqueles que fazem no momento de bonança, qualquer decisão que parece que tudo está dando certo”, avaliou.
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Como estratégia, Mendes avalia que não é importante debater os erros do ex-presidente Lula (PT) ou de Bolsonaro. Para Mauro, Lula já teve a oportunidade de governar o país por oito anos. “Eu acho que é o momento de dar oportunidade para Bolsonaro também administrar o país por oito anos. Queremos a solução para os problemas do Brasil: o que fazer e como fazer o país voltar a ter um longo período de crescimento e de inclusão social”, destacou.
Quem não sabe os erros do Bolsonaro, os erros do Lula. Ok, estamos de saco cheio de saber isso
Mauro rechaçou a campanha eleitoral em âmbito nacional. Em seu entendimento, tanto Bolsonaro, quanto Lula deixaram de apresentar propostas e partiram para ataques pessoais. Segundo ele, o brasileiro está de "saco cheio" de saber defeitos dos presidenciáveis. “Eu acho que está indo para um caminho muito ruim, tem mais críticas aos adversários do que falando dos projetos, debatendo o presente e o futuro do país. Estou vendo muito ataques, agora, falar do Brasil, problemas e soluções, estou vendo muito pouco.”