VGN
Pescador da região do rio Manso
Pescador há quase 40 anos, Jocide Manoel da Silva, em entrevista ao 
relatou suas dificuldades com a Lei nº 11.486/2021, que proíbe a pesca e comercialização de peixes extraídos do Rio Cuiabá.
Jocide Manoel, que sobrevive da pesca na região do Manso para trazer seu sustento e de sua família, relatou sua indignação por precisar implorar para trabalhar no seu segmento. (Veja vídeo abaixo)
Eu sou analfabeto, tenho 59 anos e vou arrumar serviço onde?
“Eu hoje estou implorando para trabalhar? Não existe isso, eu já estou com duas semanas, quem vai pagar minha água, quem vai pagar minha luz? Eu tiro o sustento de lá, eu já tenho meu sustento desse barco. Hoje estou com 59 anos e vivo da pesca, minha mulher não trabalha e eu tenho duas crianças para dar de comer, eu sou analfabeto, se tirar minha pesca já era, já passei fome, vou perder tudo”, relatou o pescador, que participou da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa nessa segunda-feira (23.08).
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O ribeirinho foi "duro" ao declarar que tirar a fonte de renda de um trabalhador poderá levá-lo à criminalidade.
“Ele vai proibir em documento, mas em pessoa ele não vai proibir, porque vou dar o bote do mesmo jeito, se ele quer mais um bandido na área está aqui, Jocide Manoel da Silva. Eu acho que Deus sabe o que faz com uns caras desse, que comigo ele sabe o que fazer, porque eu ando no caminho estreito, eu não ando no caminho largo, não dependo do salário que esses caras tem, agora uma pessoa com o salário desse, vai ‘trombar’ com 300 famílias no Manso, deixar tudo parado? Não pode”, reclamou.
Questionado como será a sobrevivência da família com a proibição da pesca, Jocide respondeu com lágrimas nos olhos e voz embargada que será o caixão.
“O caixão, só isso, não tem outro jeito, como vou fazer, eu sou analfabeto. Tenho 59 anos, vou arrumar serviço aonde, nem para limpar coco de cachorro desses caras, eles vão pegar eu. Deixa eu trabalhar, deixa a gente trabalhar, não atrapalhamos o turismo”, afirmou o pescador.
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