O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, anunciou nesta quinta-feira (05.06), durante entrevista coletiva na assinatura do novo contrato com o Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá, que o Estado passa a assumir diretamente o custeio dos atendimentos realizados na unidade. A medida promete maior agilidade, controle de repasses e aumento expressivo na oferta de serviços de saúde.
Segundo o secretário, antes o pagamento era feito por meio da Prefeitura de Cuiabá, o que gerava atrasos significativos no repasse de recursos até o hospital. “Agora, com a estadualização do contrato, o Estado contrata diretamente o hospital. Isso já ocorreu com o Hospital do Câncer e agora também com o Hospital Geral”, explicou.
A mudança representa um aumento de aproximadamente 75% no número de procedimentos realizados: "Saímos de cerca de 68 mil atendimentos para mais de 170 mil por ano", afirmou Figueiredo. O valor do contrato também salta, passando de aproximadamente R$ 60 milhões para cerca de R$ 140 milhões por ano — um incremento superior a R$ 65 milhões.
Alguns serviços atualmente realizados na Santa Casa de Misericórdia também serão transferidos para o Hospital Geral. "A maior parte dos serviços da Santa Casa será distribuída entre o Hospital Central, o Hospital do Câncer e outros parceiros contratados pelo Estado", pontuou o secretário, garantindo que nenhum serviço será descontinuado no Sistema Único de Saúde (SUS) da baixada cuiabana.
O novo contrato tem duração inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação por até 10 anos.
Questionado sobre a regulação dos serviços, Figueiredo afirmou que o Estado já reduziu significativamente o tempo de espera para procedimentos e continua avançando com o programa “Fila Zero”, especialmente para casos de alta complexidade. "Alguns procedimentos hoje não têm mais fila. Entre entrar na fila e realizar o procedimento, a espera é de poucas semanas", afirmou.
A regulação da alta complexidade, como leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), continuará sob responsabilidade do Governo do Estado. “Esses leitos não são exclusivos de um município. São para todos os cidadãos do Estado. Quem paga por isso é o Estado e o Governo Federal. A gestão plena de Cuiabá é limitada àquilo que ela consegue executar”, declarou o secretário.
Sobre o futuro da Santa Casa, que atualmente opera sob requisição administrativa do Estado, Figueiredo foi direto: “A intenção do Estado nunca foi gerir a Santa Casa indefinidamente. Isso ocorreu por necessidade, devido ao atraso na entrega do Hospital Central. Com a inauguração do novo hospital em fases, a partir de setembro, vamos migrar os serviços de forma gradativa”.
Ele também destacou que a estrutura da Santa Casa é boa e equipada, com investimentos feitos pelo Estado, e defendeu que o espaço continue sendo usado na rede pública. “Estamos em conversas com a Prefeitura de Cuiabá. O prefeito Abilio Brunini já demonstrou interesse em assumir a gestão da unidade, o que seria o mais lógico, pois o município tem gestão plena na área da saúde”, pontuou.
Investimento em alta complexidade
O secretário prometeu apresentar, em breve, um levantamento detalhado com dados sobre os investimentos estaduais em alta complexidade desde a pandemia, incluindo números de leitos, procedimentos e recursos aplicados.
“Mesmo sem os dados em mãos agora, posso afirmar que o Estado tem investido fortemente na ampliação da rede. Só com essa contratação com o Hospital Geral, vamos injetar mais R$ 65 milhões em serviços à população”, finalizou.
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