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Cidades Quinta-feira, 12 de Março de 2020, 15:50 - A | A

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PANDEMIA

Advogado cuiabano na Itália conta sobre caos por coronavírus: "só saio para ir à padaria"

Izabella Araújo/VG Notícias

O advogado Sadi Luiz Brustolin e a esposa deixaram Cuiabá no final do ano passado com destino a Itália. O casal e os três filhos pequenos tinham como meta passar uma temporada em Turim, quarta maior cidade do país. Contudo, o surto de coronavírus pegou o casal e o mundo de surpresa.

Sadi conversou nesta quinta-feira (12.03) com a reportagem do oticias e contou como a família está passando pela pandemia na Itália, um dos países mais afetados pelo vírus, com 827 mortes até o momento.

Segundo ele, há cidades que estão um verdadeiro caos e os idosos são os mais atingidos. “Aqui (Turim) em menos de uma semana passou de 11 para 187 casos. A letalidade aqui está altíssima e os idosos doentes que pegam morrem mesmo porque nem oxigênio tem suficiente, e a determinação é para salvar quem é jovem e mais “saudável”. Apelidaram o vírus da previdência", contou.

O brasileiro relata que as entradas em mercados, padarias, estão limitadas. “Aqui limitaram a entrada até em mercado padaria. Só entra o número suficiente para que mantenha um metro mínimo entre as pessoas, que é o determinado pelo governo. Eu imagino que após a quarentena diminua. As pessoas começaram a se conscientizar, só pode circular entre cidades se tiver uma autorização, emergencial, a orientação é ficar em casa, se precisar sair: não cumprimente ninguém, não pegue nas coisas sem luva, use máscara, mas é inverno, as pessoas não tem a mesma higiene que os brasileiros tem”, explicou.

Sadi alerta sobre a rapidez com que o vírus se alastra. “Os italianos tinham a filosofia que o sistema de saúde deles era bom, que era como se fosse a Influenza, que matou muita gente ano passado, que não tinha tanto risco de morte, que ficaria em torno de 2,5% de letalidade. Quando o Governo viu, as medidas estavam com uma semana de atraso para conter. Como aqui vem muitos chineses, por conta do turismo, foi muito disseminado. Em 23 de fevereiro saiu o primeiro decreto isolando algumas áreas”.  

E acrescenta: “Difícil porque no início ninguém sente o impacto ou acha que não vai ser assim... tão rápida a propagação, mas o vírus espalha na velocidade da luz. Imagino que pegar o coronavírus e se curar acontecerá com muitos ao nosso redor e talvez conosco, mas o sistema de saúde do país é colocado à prova. Espero que os governantes aí já estejam se preparando para não acontecer o que vem acontecendo aqui, escolha de pacientes, quem recebe ou não tratamento, quem entuba ou não, quem fica no oxigênio ou morre de insuficiência respiratória”, lamenta.

Ainda de acordo com o advogado, os chineses eram os maiores números de turistas no país, o que explica a alta propagação. “Chineses vem em massa para a Itália, eles são os turistas de maior número aqui, por isso a Itália foi tão contaminada, mas alastrar foi culpa da falta de crença do governo e dos italianos mesmo. Medidas tardias”.

A família, conforme ele, está em casa e até o pré-natal da esposa foi suspenso. “Aqui estamos super bem, em casa com as crianças, trabalhando no revezamento. Só eu saio para o mercado e levo as crianças ao parque aqui atrás. Mas está tudo bem mesmo, temos só que agradecer porque estamos juntos e saudáveis”. A mãe também está a caminho do país para ajudar a família, mas está presa desde ontem (11) em Firenze tentando chegar em Turim.          

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