“Um verdadeiro cultivo de insumo tóxico. Quando vence vira droga letal e mata”, afirmou o secretário de Saúde de Várzea Grande, Cassius Clay, sobre os mais de 400 mil medicamentos vencidos na gestão do ex-prefeito Walace Guimarães (PMDB), denunciado com exclusividade pelo VG Notícias. Clique Aqui e confira matéria relacionada.
Segundo ele, a equipe da Saúde demorou cerca de dois meses para auditar todo estoque e separar os medicamentos que estão no prazo de validade e os vencidos, para depois reorganizar o estoque no Centro de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos (CADIM). Ainda segundo o secretário, sua equipe detectou medicamentos vencidos desde 2012, e sem nenhum tipo de controle ou armazenamento adequado de estoque.
“A prefeita Lucimar Campos assumiu a gestão sem transição. Não houve uma equipe de transição que informasse a situação que estava administração. Então ela pegou sem saber como estava e não havia controle de nada. Estava tudo desorganizado”, justificou.
Sobre as providências que serão tomadas pela gestão, Cassius explicou que será aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar os servidores responsáveis e depois irá encaminhar ao Ministério Público Estadual (MPE), e ao Ministério Público Federal (MPF), pois os medicamentos podem ter sido adquiridos com recursos próprios e federais.
Ele disse que após a denúncia exclusiva do VG Notícias, outras pessoas sigilosamente estão denunciando que existem medicamentos vencidos escondidos em outros lugares. Mas que não podiam contar antes porque eram pressionados a se calarem.
“Não pára por aí. Já me falaram que em tal lugar tem mais um pouquinho, no lugar Y tem mais medicamentos vencidos escondidinhos. Tinha um cala boca, não fala que está vencido. As pessoas estão falando vagarosamente. Isso vai dar processo, vai dar Gaeco e vai dar cadeia para os responsáveis. Por conta desta irresponsabilidade, muitas pessoas podem ter morrido por falta de medicamentos”, enfatizou o secretário de Saúde.
Sobre os valores dos medicamentos vencidos, Cassius disse que ainda não levantaram, porque estão finalizando a catalogação para depois fazer cotação, mas é possível que ultrapasse R$ 1 milhão.
“Foi comprado deliberadamente e sem controle. Um absurdo. Foi uma atrocidade o que fizeram com a população. Encontramos antibióticos vencidos desde 2012, um verdadeiro estoque de tóxico. Um crime que vai sobrar para muita gente”.
Quanto a incineração dos medicamentos vencidos, o secretário explicou que somente após todos os procedimentos, inclusive denúncias aos órgãos competentes e fiscalização, é que poderão incinerá-los. Enquanto isso, os remédios ficarão trancados e vigiados para que ninguém tenha acesso a eles.
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