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Nacional Segunda-feira, 28 de Julho de 2014, 08:33 - A | A

Segunda-feira, 28 de Julho de 2014, 08h:33 - A | A

Com falha na telefonia, moradores vão a cemitério buscar sinal de celular

Local é o único com sinal telefônico no interior de Roque Gonzales

g1

Por causa de falhas no sinal da telefonia móvel na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, muitos moradores de Roque Gonzales, no Vale do Taquari, precisam se deslocar até o cemitério da cidade para conseguir falar no celular. O local é um dos pontos mais altos e o único com sinal telefônico na localidade de Rincão Vermelho, no interior do município.

“Tem bastante gente que não tem o telefone fixo. Quem tem móvel tem que vir aqui para telefonar. É preciso pegar os pontos mais altos para conseguir a ligação, perto da cruz”, descreve o comerciante José Alfredo Kupske.

Na localidade, distante a mais de 500 quilômetros de Porto Alegre, a telefonia ainda funciona por meio de ramais. Para fazer uma ligação, somente via telefonista. E a central de telefonemas tem horário de funcionamento: até as 22h.

"Se é uma pessoa que vem aqui nós fazemos a ligação, passamos para cabine e a pessoa atende ali. Se é um de um ramal liga para o centro, daí nós fazemos a ligação e passamos para o ramal”, explica Eli Bronstrup, que trabalha como telefonista.

Além disso, moradores da fronteira acabam usando chips de operadores estrangeiras para poder efetuar as ligações. O vereador de Roque Gonzales Egidio Irineu Szivelski só consegue fazer ligações de qualquer lugar da região porque descobriu que as operadoras argentinas funcionam melhor que as brasileiras. Por isso, usa um chip comprado na vizinha San Javier, do outro lado da fronteira.

“Atribuo isso à distância, porque em linha reta nos estamos a 1,5 quilômetros do Rio Uruguai, dá 3, 4 quilômetros das torres. Os argentinos têm um padrão que a cada 15 quilômetros existe uma torre, bem mais alta que a nossa e que se sobrepõe. Então o sinal da Argentina é muito forte”, detalha ele.

No entanto, além da cobertura precária das operadoras brasileiras, o especialista em telecomunicações Rafael Kunst diz que a origem do problema pode estar do outro lado da fronteira.

“A primeira questão tem a ver com a legislação, uma operadora uruguaia ou argentina, em tese, não deveria invadir o espaço brasileiro. Se isto está acontecendo, provavelmente a operadora está transmitindo com parâmentos maiores do que deveria para evitar a invasão do espaço brasileiro. Isso pode estar interferindo com as operadoras brasileiras e estar fazendo com que o sinal da operadora estrangeira seja mais forte e por esse motivo iniba o funcionamento da operadora brasileira naquele ponto”, explica o professor de ciências da computação Rafael Kunst.

Segundo a operadora Vivo, a região não faz parte da obrigação da operadora, que é atender as áreas rurais distantes até 30 quilômetros dos municípios das regiões Nordeste e Sudeste do país.

Já a operadoras Tim, Claro e Oi afirmaram que  o serviço de telefonia móvel está de acordo com as metas estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que determina cobertura de pelo menos 80% da área urbana do município. De acordo com Anatel, as empresas têm prazo até dezembro de 2015 para ampliar os serviços em áreas rurais e regiões mais remotas.

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