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Nacional Sexta-feira, 08 de Março de 2013, 13:10 - A | A

Sexta-feira, 08 de Março de 2013, 13h:10 - A | A

Adolescente suspeita de roubar cabelo na Bahia confessa crime

Garota de 17 anos foi ouvida nesta sexta-feira (8), em Salvador

G1.com

 

A adolescente de 17 anos suspeita de cortar e roubar o cabelo de outra jovem, em Salvador, confessou em depoimento dado à delegada Claudenice Mayo que cortou e roubou o cabelo da garota de 14 anos para fazer um megahair. A jovem suspeita foi ouvida na manhã desta sexta-feira (8), na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), no bairro de Brotas, pela titular da unidade. O caso ocorreu no dia 11 de fevereiro, no bairro de Mussurunga.

"Hoje ela [suspeita] deu a versão dela e disse que estava em casa [no dia do ocorrido], no carnaval, e deu vontade de sair e procurar um cabelo para cortar porque ela queria fazer um megahair para ela própria", informou a delegada Claudenice Mayo.

Segundo a titular da DAI, a suspeita estava sozinha no momento em que abordou a vítima e chegou a ameaçá-la com a tesoura. "Ela confirmou que perguntou à vítima se ela preferia dar o celular ou o cabelo e que a menina disse que daria o celular, mas ela falou à menina que não queria o celular, queria mesmo o cabelo", afirmou a delegada.

Claudenice Mayo afirmou que a suspeita declarou que não conhecia a vítima, apenas a teria visto uma vez ao sair da escola onde estuda. A delegada informou ainda que a jovem suspeita relatou ter se arrependido do que fez e jogou as mechas roubadas no lixo, depois ela cortou os próprios cabelos, como maneira de punir a si mesma.

"Ela disse que se arrependeu e depois jogou o cabelo fora. Que pretendia levar em um salão para fazer um megahair para ela, mas que se arrependeu no dia seguinte e jogou no lixo. Ela cortou o próprio cabelo depois do ocorrido. Eu perguntei a ela porque ela estava com o cabelo curto e ela disse que depois desse fato ela mesmo, como se arrependeu, cortou o próprio cabelo", informou a titular da DAI.

A delegada acredita que o crime tenha sido premeditado, no entanto, a jovem não confirmou em depoimento que planejou o roubo do cabelo. "Eu não acredito muito nessa versão porque foi muita coincidência ela sair no momento em que a menina [vítima] passava no local próximo da casa dela", disse Claudenice Mayo.

Histórico

Segundo a titular da DAI, antes do ocorrido, a adolescente suspeita do crime não tinha passagem pela unidade policial, nem histórico de violência na escola ou em outros ambientes que frequenta. A delegada afirmou que a mãe da adolescente disse que a menina faz um tratamento psiquiátrico, sem especificar os motivos, e disse que vai apresentar os documentos que comprovam a realização do acompanhamento médico.

Ainda de acordo com Claudenice Mayo, o caso será encaminhado para o Ministério Público. A menina vai responder conforme a legislação específica para adolescentes. “Ela cometeu um ato infracional grave, que foi uma lesão, cortando o cabelo da menina, além da ameaça e tentativa de roubo. O juiz vai aplicar uma medida socioeducativa, conforme a legislação específica para adolescentes", informou a delegada.

Após o depoimento, a garota deixou a delegacia na companhia da mãe e de um homem.

Caso

Em entrevista ao G1, a vítima relatou que estava conversando com uma amiga quando foi abordada pela suspeita. "Eu estava conversando com minha amiga, era umas 14h30, quando a menina chegou com a tesoura e me perguntou se eu escolhia o celular ou o cabelo. Eu disse que o cabelo não, aí ela pegou meu celular, colocou na cintura e começou a cortar meu cabelo mesmo assim", disse. Segundo a adolescente, depois de cometer o crime, a agressora devolveu o celular e saiu andando pelas ruas do bairro.

"Não tive reação na hora, foi um roubo inusitado, mas depois, com o tempo, a ficha foi caindo e eu percebi que estava sem meu cabelo. Minha amiga tentou chamar alguém para ajudar, mas a rua estava deserta. Eu percebi também que podia ter sido pior, pelo menos eu estava bem", comentou a vítima.

A mãe da estudante de 14 anos que teve o cabelo cortado e roubado disse, em entrevista à TV Bahia, que ficou se sentindo insegura após o ocorrido com a filha. "Logo, a princípio, quando minha filha chegou, eu conversei com meu marido, a gente ficou sem saber o que fazer. Ficamos sem reação, mas minha filha mais velha falou que seria melhor registrar", relatou dona Maria Alencar.

"Um país que cada dia a falta de segurança é cada vez pior. Só de pensar que nós não temos nem mais o direito de ter os cabelos bonitos. Você imagina, que a gente sai com medo de perder a vida, perder a roupa, um calçadao. Isso é o de menos... quando perde a vida. Agora, imagina um pedaço da gente também", disse a mãe da vítima.

 

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