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Esportes Sexta-feira, 26 de Julho de 2013, 09:46 - A | A

Sexta-feira, 26 de Julho de 2013, 09h:46 - A | A

Desde a base, Victor ouvia que pegar pênalti em Libertadores seria o ápice

Preparador de goleiros do herói atleticano dizia a ele: 'Goleiro só pode comprar carro e casa quando pegar pênalti na Libertadores'.

Globoesporte

O telefone de Carlos Alberto de Souza Lima, o Carlão, tocou no início da tarde desta quinta-feira. Era Victor do outro lado da linha.

- Escuta, Carlão, tô com uma dúvida aqui. Como eu peguei uns três ou quatro pênaltis na Libertadores, não sei se compro um carro, uma casa, alguma outra coisa...

A frase não faz o menor sentido. Exceto para a dupla. É que Carlão é preparador de goleiros do Paulista, onde Victor iniciou a carreira. Trabalhou diariamente com o herói do Atlético-MG dos 15 aos 24 anos dele, do infantil ao profissional. E usava um lema ao falar com ele: "Goleiro de verdade só pode comprar carro ou casa quando pegar pênalti na Libertadores".

A brincadeira virou uma espécie de norte para Victor. Afinal, ele cresceu com isso na cabeça. E o lema de adolescência fez mais sentido nesta quarta-feira. Depois de salvar um pênalti no último minuto contra o Tijuana, nas quartas de final, e de também ser decisivo nas cobranças finais contra o Newell's, nas semifinais, o goleiro pegou a primeira batida do Olimpia na decisão e ajudou o Galo a ser campeão.

- Eu falava isso a ele porque quando você chega a esse nível, de disputar uma Libertadores, é sinal de que alcançou uma condição elevada. É uma referência na carreira - explica Carlão.

Dos pênaltis que pegou na Libertadores, Victor elege o defendido contra o Tijuana como aquele mais determinante. O jogo estava no final. Se aquela bola entrasse, o Atlético seria eliminado em casa, nas quartas de final, decepcionando uma torcida esperançosa de título.

- A mais marcante foi a do Tijuana. Na decisão por pênaltis, você tem cinco oportunidades de fazer uma defesa. Aos 48 do segundo tempo, não é todo dia que você defende - disse o goleiro.

Victor vive seu auge. Já havia experimentado grandes momentos no Grêmio, mas sem a consagração de agora. Carlão, ao observar seu ex-pupilo, percebe nele caracaterísticas daquele jovem que ele treinou no passado.

- Ele evolui a cada ano. Quando ele tem uma queda, você vê uma recuperação rápida dele. Ele tem uma envergadura muito boa e sabe usar muito bem isso. Tem 1,93m, mas não é lento. Ele tem um biotipo bem magro. Sempre trabalhei o aspecto de coordenação com ele. Ele se destacava na saída de bola aérea, pela altura, pelo arrojo. O ponto dele que não é tão vantajoso é a habilidade com os pés. Mas ele não tenta ser o Rogério Ceni - analisa Carlão.

O prepador diz que sempre viu nele potencial para ser um dos melhores goleiros do Brasil. Quando Victor era jovem, escutava do comandante que só não estava na seleção porque defendia um clube de pouca expressão, mas que deveria confiar no seu potencial, pois chegaria lá - como de fato aconteceu.

Mais do que o aprimoramento técnico, Carlão vê em Victor o amadurecimento mental. Hoje o goleiro parece inabalável em campo.

- Estava observando o quanto ele amadureceu. Na primeira vez em que atuou, na semifinal do Paulista de 2004, contra o Palmeiras, vi pela televisão, numa falta que o Baiano ia cobrar, que ele estava apavorado. Hoje, com o jogo pegando fogo, ele tem um semblante diferente. A capacidade de voltar ao estado original quando tem uma queda é impressionante. Ele dá a volta por cima mesmo.

Victor é nascido em Santo Anastácio, pequena cidade do interior paulista. Quando criança, jogava futsal, e não como goleiro, até começar a trilhar a carreira nos campos. A pedido da mãe, foi fazer um teste no Guarani de Presidente Venceslau. Não foi aprovado, mas acabou observado por um olheiro do Paulista. Chegou a passar um tempo também no São Paulo.

No Paulista, fez parte do elenco campeão da Copa do Brasil de 2005. Em 2008, foi para o Grêmio, como alternativa de reposição para o argentino Saja, que não renovou contrato. Lá, ganhou espaço. Virou titular. E ídolo. Acabou eleito duas vezes o melhor goleiro do Brasileirão.

Mas viveu carência de títulos. Aos poucos, começou a nascer um desgaste. E ele rumou para o Atlético, onde encontou a idolatria. Agora, parte para voos maiores. Ainda tem esperança de ser convocado para a Copa de 2014. E quer ganhar o Mundial com o Galo antes.

- Hoje somos os melhores da América. Vamos lutar para sermos também os melhores do mundo - disse ele.

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