Pela primeira vez, quatro unidades públicas de saúde em Várzea Grande, vão oferecer tratamento gratuito para fumantes que desejam deixar o vício. As ações fazem parte da Programa Nacional de Combate ao Tabagismo. As aulas para a primeira turma têm início nesta semana. O tratamento dura cerca de um ano.

Segundo Joana Darc Barbosa, uma das enfermeiras responsáveis pela ação, a primeira turma que receberá a intervenção já está fechada. No entanto, novas turmas devem ser abertas.

O servidor público João Batista Matos faz parte do primeiro grupo que vai receber o tratamento. Ele é dependente do cigarro há 41 anos e já desenvolveu uma doença em consequência das três carteiras de cigarro que fuma por dia. “Hoje eu tenho deficiência pulmonar crônica e é tudo por causa do cigarro”, disse.

Além da doença, o servidor público perdeu a mãe, também em função do cigarro. “Minha mãe era fumante e ficou 55 dias internada em uma UTI também por causa do cigarro”, contou.

João e outros pacientes vão receber o tratamento que se baseia em quatro passos. O primeiro deles explica aos fumantes os malefícios que a nicotina traz à saúde. Em seguida, o segundo passo trata dos primeiros dias na ausência do cigarro. O terceiro ensina aos pacientes como se manterem longe do vício. E, por fim, os benefícios para quem já deixou de fumar.

O pneumologista Lucas Bello explica que o tratamento não é fácil e que a principal dificuldade são os primeiros sintomas quando o paciente inicia o tratamento. “A abstinência tem sintomas como falta de concentração, irritabilidade. Além de outros sintomas mais intensos que deixam as pessoas com dificuldade para realizar as tarefas diárias”, explicou.

Para dar início ao processo, os pacientes passam por uma avaliação clínica e, se necessário, recebem medicamentos para amenizar os sintomas da abstinência.

No entanto, quem toma a decisão de parar de fumar consegue, segundo o pneumologista, sentir  facilmente a melhora na saúde. “As batidas cardíacas começam a normalizar, a pressão arterial estabiliza, a respiração também fica melhor. É claro que a melhora é progressiva, mas de cara já dá para se sentir melhor”, afirmou.

João Batista Matos está confiante e determinado a abandonar o vício. “É muito difícil, porque é uma sensação de dependência, mas eu vou conseguir ir até o fim e vou parar de fumar”, declarou.